O que há contra Aécio? Basicamente, uma gravação em que o então senador pede R$ 2 milhões a Joesley Batista para custear seus advogados.
Juridicamente parece pouco. Pedir dinheiro a alguém, sem uma contrapartida clara, não é passível de ser classificado como corrupção. Aécio e Joesley podem ser amigos de longa data, e pedir dinheiro a amigos não é crime. Isso é o campo estritamente jurídico.
Politicamente, é uma bomba. Joesley, ao lado de Marcelo Odebrecht, fazem a dupla “Capeta e Coisa Ruim” da política brasileira. Encarnam a corrupção. Pedir dinheiro ao Joesley é, politicamente falando, assinar um atestado de corrupto com papel passado em cartório.
FHC agarra-se ao domínio jurídico para defender o quadro histórico do PSDB. Faz de conta que o problema não é político. Quer repetir o erro que o partido fez no caso de Eduardo Azeredo, o ex-governador mineiro pego no chamado “mensalinho mineiro”. O partido teve que carregar o defunto político por anos e anos, porque Azeredo não havia sido condenado pela nossa célere justiça.
Enquanto FHC pontifica de sua cátedra, quem tem eleições pela frente sabe os efeitos do odor de um cadáver insepulto sobre o eleitorado.