Quem me acompanha já leu isso aqui: o PSDB precisa se colocar à direita de Lula. O conselho do neo-tucano Rodrigo Maia é só o óbvio ululante.
Maia afirma que a aproximação de FHC e outros próceres tucanos com Lula confundiu a cabeça do eleitor. Acho que ele está errado. Na verdade, essa aproximação somente confirmou o que os eleitores do PSDB já desconfiavam: o partido é linha auxiliar do PT.
Quando Doria tomou de assalto o partido, foi para colocá-lo firmemente à direita de Lula. Suas campanhas de 2016 e 2018 foram, antes de tudo, anti-PT. Esse, aliás, é um dos motivos pelos quais Doria sofre restrições dentro do partido.
Mas, como diz o outro, “muito pouco, muito tarde”. Doria e Maia têm a percepção correta, mas como Maia diz, é muito difícil colocar-se à direita do PT quando Bolsonaro já está lá. Esse movimento deveria ter ocorrido lá em 2005, no mensalão. Hoje, a bandeira anti-PT encontra-se firmemente nas mãos de Bolsonaro. E, se já é difícil convencer o eleitor de que se é tão anti-petista quanto Bolsonaro, imagine prestando a cortesia de visitar Lula.