Reportagem de página inteira fala hoje sobre a suposta violência (com licença, vou usar aqui a palavra “suposta”, dado que o editor não teve esse cuidado para descrever uma situação que se desenvolve no domínio das narrativas) de colonos judeus contra árabes na Cisjordânia. Aqui, é provável que haja violência sim, em um ambiente claramente deteriorado de inseguranca, assim como é possível que haja simpatizantes do Hamas entre os moradores do território. Mas o ponto desse post é outro.
Note a palavra “ativistas” na linha fina da manchete. Seriam “ativistas” árabes? Seriam “ativistas” da Anistia Internacional ou qualquer outra dessas ONGs supostamente (olha a palavra “suposta” novamente aí) neutras que pululam por aí? Nada disso. Trata-se da B’Tselem, uma ONG ISRAELENSE de defesa dos direitos humanos. Sim, amigos, não são observadores da ONU ou de algum país árabe que estão lá na Cisjordânia para denunciar a suposta violência dos colonos contra os árabes.
Lanço aqui um desafio: encontre organizações árabes de direitos humanos que tenham condenado a carnificina do Hamas. Boa sorte!
Mesmo no caso de condenações dos atos do Hamas, o “mas” abundou, como pudemos constatar no infame discurso do secretário geral da ONU. Por outro lado, a condenação dos colonos judeus na Cisjordânia pelo B’Tselem se deu sem um “mas” na frente, que lhes pudesse dar alguma desculpa plausível para o que supostamente estão fazendo. No caso, é maldade pura dos colonos, que justifica atos como os do Hamas.
Não, você não vai encontrar “ativistas de direitos humanos”, muito menos árabes, defendendo o direito de Israel defender-se de quem quer nada menos do que eliminá-lo do mapa. Mas sim, você verá judeus de extrema-esquerda, ativistas israelenses, estudantes da Ivy League, o secretário geral da ONU, a grande imprensa e, claro, os principais mandatários árabes, defendendo o direito de Israel ficar no seu canto aguardando o seu destino. Como disse minha mãe outro dia (e ela está longe de ser ortodoxa), os judeus estão sozinhos. Como sempre.