Ranking da performance climática

O Climate Change Performance Index (CCPI) é um índice que compara um conjunto de 60 países em 4 categorias: 1) emissões de gases de efeito estufa; 2) energia renovável; 3) uso de energia em geral e 4) políticas climáticas. Com exceção deste último, que é medido através de questionários respondidos por especialistas, os 3 primeiros itens são medidas objetivas. O primeiro item vale 40%, enquanto os 3 outros valem 20% cada um.

O Brasil até que não se sai tão mal. No ranking geral, o país aparece em 30o lugar (exatamente no meio), com 55,17 pontos em 100 possíveis. O primeiro lugar é da Dinamarca, com 76,92 pontos, enquanto o último lugar é do Casaquistão, com 19,81 pontos. Apenas como referência, o Canadá tem 26,73 pontos (57o lugar), a Austrália tem 30,41 pontos (54o lugar) e os EUA têm 37,90 pontos (51o lugar).

O Brasil se sai melhor nas características objetivas. Em termos de emissão de gases de efeito estufa, mesmo tendo um dos maiores rebanhos do mundo, estamos em 27o lugar, com 24,69 pontos de 40 possíveis. Em termos de energia renovável, estamos em 7o lugar, com 12,70 pontos de 20 possíveis, e em termos de uso de energia, estamos em 5o lugar, com 15,67 pontos de 20 possíveis. O que nos puxa para baixo é o critério de “políticas ambientais”, em que estamos em 58o lugar, com apenas 2,11 pontos de 20 possíveis.

Achei interessante este ranking porque corrobora os discursos de ambos os lados do espectro político. Sempre que se critica o Brasil em termos de políticas ambientais, aparece alguém (normalmente apoiador do governo) para lembrar que somos um país que tem uma matriz energética renovável e não temos toda essa culpa pela emissão de gases de efeito estufa. E isso é verdade, segundo o ranking. Por outro lado, quem critica o governo também tem razão, porque, em termos de políticas ambientais, somos um fiasco, segundo este ranking.

Em outras palavras, como em toda discussão política, cada um puxa a sardinha para o seu lado, e defende a realidade conforme a vê do seu próprio ponto de vista, de acordo com suas convicções políticas formadas anteriormente. Este ranking mostra que ambos os lados têm razão.