No auge da crise grega, em 2011, a diretora geral do FMI, Christine Lagarde, perguntada se não teria pena dos funcionários públicos e aposentados gregos ao exigir um ajuste dacroniano das contas públicas daquele país, respondeu mais ou menos assim: “tenho pena é das crianças nigerianas, que precisam compartilhar em 3 uma carteira escolar para poderem assistir uma aula, pois não têm dinheiro para comprar mais”.
Lembrei-me dessa história ao ouvir uma notícia hoje sobre a falta de segurança no transporte escolar fornecido por varias prefeituras do Estado de São Paulo. Ônibus sem cintos de segurança, enferrujados, com pneu careca etc. Logo liguei com a discussão sobre a eventual adoção de uma regra de transição para os funcionários públicos que foram admitidos antes de 2003. Segundo o presidente da Câmara e o PSDB, trata-se de uma transição “muito dura”, e será preciso “ameniza-la”.
Falta uma Christine Lagarde pra dizer que pena tenho eu das crianças pobres sendo transportadas sem segurança para a escola, nesse Brasil que não se cansa de proteger os mais privilegiados.
Bando de FDP.