O exemplo vem de baixo

O presidente dos Correios é contra a privatização. Ele dá como exemplo a Argentina.

No nosso vizinho, os correios foram privatizados no governo Carlos Menen, para depois serem reestatizados por Nestor Kirshner.

Depois desse movimento e de muitos outros semelhantes, a Argentina se tornou um país próspero, a locomotiva da América Latina. Sigamos o exemplo da Argentina.

Alguns são mais humanos do que os outros

O nosso ministro-astronauta já externou sua preocupação com os 100 mil funcionários dos Correios, que estariam ameaçados pela privatização. Afinal, são 100 mil famílias que dependem desse ganha-pão.

A mesma preocupação deve nortear a privatização das companhias de água e esgoto. Afinal, depois de privatizadas, as empresas vão demitir e achatar os salários, pois empregam muito menos gente para o mesmo nível de faturamento.

Se as encomendas estão sendo entregues ou se as casas estão sendo servidas por sistemas de esgotos, isso é um mero detalhe, que importa apenas para os milhões de brasileiros que usam os serviços dessa empresas. O que importa de fato é a manutenção do emprego improdutivo de alguns milhares de funcionários. Afinal, todos são seres humanos, mas alguns são mais humanos do que outros.

Bolsa-ineficiência

Marcos Pontes, o astronauta-ministro, é a favor da privatização dos Correios. Desde que preserve os 100 mil funcionários do elefante branco.

Minha sugestão é a seguinte: privatiza, e todos os funcionários dispensados pelo novo controlador, a União contrata pelos mesmos salários que recebiam nos Correios. Para fazer o que? Nada. Se foram dispensados, é porque sua função era dispensável. Portanto, serão contratados para ficar em casa.

Para tanto, será preciso que o Congresso aprove uma verba, que poderia ser chamada de “bolsa-ineficiência”, e que seria usada para explicitar o custo da ineficiência das estatais, que hoje fica escondido no balanço dos Correios. Isso valeria para todas as outras estatais.

Assim, todo brasileiro ficaria conhecendo quanto custava manter as estatais. Estará ali, transparente, nos gastos da “bolsa-ineficiência”. E Pontes e seus companheiros de ministério, tão ciosos dos “direitos dos trabalhadores”, não teriam do que reclamar.

Então…

Entrevista do novo presidente dos Correios, indicado por Gilberto Kassab.

Sabe aquela história de racionalização dos Correios, com fechamento de agências deficitárias? Então…