O compromisso social, ético e ambiental dos mais jovens

O trecho abaixo é de um artigo sobre o Fórum Econômico de Davos, com seus muitos discursos e promessas de igualdade, inclusão e consciência ambiental.

Segundo o CEO da BlackRock, um titã do setor financeiro, as novas gerações têm muito mais “compromisso social, ético e ambiental” e, em 10 anos, estarão no poder. Ufa! Então, acabaram-se os nossos problemas, como dizia a propaganda das Indústrias Tabajara. Em 10 anos, esses meninos e meninas estarão ditando as regras, substituindo os atuais dirigentes gananciosos e antiéticos, que só olham para os lucros dos acionistas.

Em 10 anos, já vejo Greta dirigindo uma grande empresa, e finalmente mandando parar as máquinas poluidoras. Afinal, tudo é uma questão de compromisso social, ética e consciência ambiental.

Em 10 anos, vejo esses jovens despreocupados com os balanços das empresas. Na verdade, balanço é algo que fará parte de um passado ganancioso e antiético, onde os dirigentes e acionistas só se preocupavam com os números. Não haverá mais, portanto, divulgação de balanços.

Quando observo os jovens de hoje, vejo como muito plausível esse futuro mais ético e consciente. Afinal, os jovens hoje já abrem mão dos confortos proporcionados pela civilização do petróleo. Quando chegarem ao poder, será fácil “desligar a máquina”, pois já estarão acostumados a viver na sociedade pré revolução industrial. Estou falando, claro, da juventude dos países ricos. A juventude dos países pobres já vive na idade da pedra, essa não sentirá muita diferença.

Enfim, sinto-me muito mais aliviado, sabendo que em 10 anos essa juventude vai mostrar ao mundo o seu valor. Viveremos, aí sim, em um mundo com mais compromisso social, ética e consciência ambiental. Mal posso esperar.

Bolsonaro é isso aí

Depois de ler vários análises sobre o discurso de ontem do Bolsonaro, essa foi a que mais se aproxima daquilo que penso.

Complemento: quem está cobrando um discurso de estadista de Bolsonaro (Bolsonaro!) são as viúvas de um político que não existe, a saber, uma estrela de alta grandeza do PSDB que encarnasse o anti-petismo furioso do capitão.

Um recado para as viúvas: a indigência da presidência Bolsonaro é consequência direta da indigência política do PSDB, que não foi capaz de entender em que país se encontrava. Agora, o melhor que têm a fazer é conformar-se em serem representados pelo simplório Bolsonaro, que sequer sabe comer com talheres de prata. Lembrando sempre que a alternativa seria o boneco de ventríloquo do presidiário, que certamente faria um “discurso de estadista” em Davos.