Diz o secretário municipal de saúde da cidade de São Paulo que já foram criados 1.662 leitos exclusivamente para pacientes com coronavírus. A reportagem não diz, mas estes não devem ser todos leitos novos, como os criados nos hospitais de campanha. Muitos hospitais foram reorganizados com alas exclusivas para o corona, e esses leitos devem estar sendo contabilizados nesse total.
O secretário afirma que 60% desses leitos já foram ocupados. Isso significa aproximadamente 1.000 pacientes. Como, até ontem, tínhamos 5.000 casos notificados na cidade, isso representa 20% do total.
As estatísticas de Wuhan (não sei se foram confirmadas em outras localidades) indicaram que 15% dos contaminados precisaram de alguma internação hospitalar. Este número pode estar superdimensionado, pois nem todos os contaminados foram testados.
Para que o índice de hospitalização da cidade de São Paulo igualasse o de Wuhan, seria necessário que houvesse 6.666 casos na cidade, ou 33% a mais. Em outras palavras, se a subnotificação em São Paulo fosse a mesma de Wuhan, teríamos 33% casos a mais neste momento.
O interessante é que o Ministério da Saúde, em seu boletim de ontem, afirmou que 4.436 pessoas estão hospitalizadas no país inteiro, o que representa 21% do total de casos. Vale aqui, portanto, o mesmo raciocínio.
O número de hospitalizações seria uma boa medida do avanço da epidemia. Pena que este número não seja divulgado de maneira recorrente.