O candidato do povo

Essas são palavras de Jaques Wagner, um cara até considerado “moderado” pelo mercado.

Todos os sonhos arrebatadores contidos no programa de governo do PT são financiados por três agentes: o contribuinte (que paga impostos), o mercado financeiro (que empresta dinheiro para o governo) e o povo mais pobre (que tem o seu poder de compra reduzido pela inflação quando nenhum dos outros dois agentes topa a brincadeira).

O contribuinte já mandou avisar que não quer mais impostos.

O mercado também já mandou avisar que vai se curvar sim, mas é para pegar a sua malinha e ir embora.

Adivinha para quem vai sobrar?

Lamentar é pouco

Estes são prints de mensagens que recebi de uma amiga ontem no WhatsApp. A linguagem é tão xucra, que até parece fake. Difícil imaginar alguém em pleno século XXI falando nesses termos.

Bolsonaro veio ontem a público lamentar a morte do capoeirista na Bahia e agressões desse tipo. Diz que não consegue controlar as ações de milhões de seguidores. É verdade, mas é muito pouco.

Bolsonaro, ontem, no Twitter, chamou Haddad de canalha ao condenar o candidato do PT pela disseminação de fake news. O ex-capitão sabe como ser contundente quando quer. Apenas “lamentar” é quase uma declaração de conivência, dado a forma como normalmente o candidato se comunica.

Até onde eu sei, racismo é crime no Brasil, e continuará sendo sob um governo Bolsonaro. O candidato deve deixar claro, muito claro, acima de qualquer suspeita, de que isso é verdade. E, para isso, precisa condenar atos desse tipo em termos muito, mas muito mais veementes, do que simplesmente “lamentar” é dizer que não tem nada a ver com isso.

Boa sorte Lula!

Haddad foi Lula para conquistar aquela parte dos brasileiros que acha que o presidiário de Curitiba está sendo injustiçado ou para aquela outra parte para quem tanto faz, todos roubam, mas pelo menos esse faz bolsa família.

Agora, Haddad precisa convencer o restante dos brasileiros (a maioria), que não acham normal ter um presidiário como eminência parda da República, de que ele não é Lula, é Haddad.

Boa sorte Lula! Quer dizer, Haddad!

Em direção ao centro

O 2o turno obriga os candidatos a procurarem acenar para um espectro mais amplo do eleitorado. Isso começou a ficar claro ontem, nas entrevistas de Bolsonaro e Haddad no JN. Tanto um quanto o outro desautorizaram declarações que poderiam colocar em dúvida seus compromissos com as instituições democráticas.

Ao longo da campanha, é provável que Haddad também acene para o centro em questões econômicas, enquanto Bolsonaro deve reafirmar seu compromisso com os mais pobres, que é o eleitorado do PT.

O 2o turno, no mínimo, eleva o preço de um estelionato eleitoral.

No final do dia, é bom que tenhamos um 2o turno. A votação do vencedor será maior do que teve no 1o turno, conferindo-lhe ainda mais legitimidade, além de termos uma plataforma mais “centrista” no final. O candidato vence porque conseguiu atrair mais eleitores fora do seu campo político, o que é bom.

O produto mais superfaturado do mercado político

O PSOL foi criado em 2004. As votações do PSOL em eleições nacionais foram as seguintes:

2006: Heloísa Helena 6,85%

2010: Plínio de Arruda Sampaio 0,87%

2014: Luciana Genro 1,55%

2018: Guilherme Boulos 0,58%

Guilherme Boulos deve ser o sujeito mais superfaturado do mercado político brasileiro. Já ouvi dizer que poderia ser o novo Lula. Precisa comer muito feijão com arroz pra chegar no calcanhar do presidiário de Curitiba.