Haddad no #debateSBT:
– Revogará o teto de gastos
– Revogará a reforma trabalhista
– Reafirmando que seu governo se baseará no programa de governo do PT.
Vai mercado, vai acreditando no Haddad moderado.
Apenas um repositório de ideias aleatórias
Haddad no #debateSBT:
– Revogará o teto de gastos
– Revogará a reforma trabalhista
– Reafirmando que seu governo se baseará no programa de governo do PT.
Vai mercado, vai acreditando no Haddad moderado.
O que é maior: o anti-petismo, o anti-bolsonarismo ou o anti-tudo-o-que-está-aí?
Até hoje, os votos de Bolsonaro foram pescados no anti-petismo e no anti-tudo-o-que-está-aí. Bolsonaro está onde está porque conseguiu fazer essa pescaria muito bem. As suas virtudes vêm mais como uma racionalização do voto: ordem e segurança, liberalismo e conservadorismo.
Já os votos de Haddad são pescados no lulismo, o que abrange e ultrapassa o petismo.
A candidatura de Bolsonaro é marcada pelo anti. A candidatura de Haddad, pelo pró.
No 2o turno, Bolsonaro terá que convencer de que se trata de um candidato positivo, com propostas. Os peixes do mar anti-petista e anti-tudo-o-que-está-aí parecem estar no fim.
Já Haddad tem o mar dos anti-bolsonaristas para pescar. Trata-se de um mar ainda intacto, cheio de peixes prontos a serem pescados.
O 2o turno será a luta por esse mar. O jogo vira ao contrário: Bolsonaro passa a ser o candidato pró, Haddad o candidato anti.
Nesse cenário, Bolsonaro deveria reforçar seus pontos percebidos como positivos, mais até do que tentar neutralizar seus pontos percebidos como negativos, o que também é necessário. E nunca, jamais, reforçar esses pontos.
Nesse sentido, foi desastrosa a primeira declaração de Bolsonaro no hospital. Ainda com o aspecto bastante frágil, o que lhe ajudaria na composição do quadro geral, Bolsonaro perdeu a oportunidade de começar a vestir o figurino de um candidato pró. Preferiu continuar a pescar nas águas do anti-petismo, onde já há pouco a pescar. E, de quebra, reforçou um dos alicerces do anti-bolsonarismo, ao atacar a lisura das eleições, o que é percebido como anti-democrático.
As franjas do petismo já perceberam a natureza da luta, e começaram o 2o turno antes do fim do 1o. O movimento anti-bolsonarista começou forte, e talvez já seja o responsável pelo aumento da rejeição ao ex-capitão.
Cabe a Bolsonaro o próximo movimento. Dizem que ele está preparando uma Carta à Nação. Vamos ver o que sai daí. Se for mais uma coleção de diatribes contra o PT e a lisura das urnas eletrônicas, pode começar a fechar o caixão.
O 2o turno é outra eleição, para ficar no jargão. Pela primeira vez, Bolsonaro terá algum tempo na TV. Hoje, preso a uma cama de hospital, nem campanha direito ele está conseguindo fazer. O anti-bolsonarismo está sozinho na arena, ganhando por W.O. Mas sempre é bom lembrar que tempo de TV é uma faca de dois gumes: como mostrou a campanha de Alckmin, se o produto for ruim, o tempo de TV pode ser até contra-producente.
Hoje, a volta do PT ao poder está vinculada à capacidade de Bolsonaro de conter a onda anti-bolsonarista, por meio de uma campanha propositiva. Sem deixar de ser anti-petista e anti-tudo-o-que-está-aí, Bolsonaro precisa reforçar seus pontos positivos. Ele é o responsável pela luta contra a volta do PT ao poder, posição que conquistou com méritos até o momento. Não adianta querer terceirizar, culpar os candidatos nanicos, como FHC vem fazendo.
Votar anti-PT é fácil. Votar a favor de Bolsonaro é que são aquelas. O ex-capitão precisa quebrar essa barreira se quiser ganhar a eleição. Qualquer outra coisa será mera desculpa de perdedor.
O “inominável”. Este é o apelido de Bolsonaro entre aqueles que o veem como uma ameaça à civilização ocidental e, quem sabe, ao universo tal qual o conhecemos.
Inominável é aquele de quem não se pode citar o nome, sob pena de sofrer algum castigo dos céus.
E qual seria o apelido para aquele que simplesmente não tem nome? Seria “desnominado”?Pois esse é o caso daquele rapaz… como é mesmo o nome dele? Andrade, Adraic, Adauto, … ah sim, Haddad.
Haddad é o candidato do Lula. Como disse com sinceridade um eleitor nordestino, poderia ser um jumento, uma cachorra, um poste. Mas calha de ser um professor universitário.
Tanto faz quem seja. É o candidato do Lula. É o “desnominado”. O desnominado pode se tornar Presidente da República. Poderia ser um jumento, repito. Um jumento com a faixa presidencial.
E a elite bem-pensante do país quer colocar o equivalente a um jumento no mais alto posto da República. A isso chamam de democracia.
A última pesquisa BTG Pactual acaba de ser publicada. A única coisa que chama a atenção é a subida de Haddad, de 16% para 23%, alimentando-se das quedas de Ciro, Marina e indefinidos. Haddad, assim, consolida-se como adversário de Bolsonaro no 2o turno.
Gosto de ver as menções espontâneas, que indicam certeza de voto. E porque, afinal, diante da urna, a votação é espontânea, não há lista de candidatos.
Na pesquisa anterior ao início da campanha, no final de agosto, Haddad tinha zero menções, Bolsonaro tinha 19% e Lula, 26%. Os outros candidatos somavam 10%, enquanto brancos, nulos e indecisos totalizavam 45%. Ou seja, há um mês, quase metade dos eleitores não tinha um candidato de coração.
Hoje, Lula e os não-votos caíram, respectivamente, 24 e 13 pontos percentuais em relação àquela pesquisa. Subiram todos os candidatos: Bolsonaro (+12, para 31%), Haddad (+17, para 17%) e todos os outros (+8, para 18%).
Ou seja, dos 24 pontos espontâneos que deixaram de ser de Lula, 70% migraram para Haddad. É bastante, muito mais do que eu imaginava. Eu errei ao avaliar a capacidade de transferência de Lula.
Abaixo, um trecho do artigo semanal de Fernando Limongi no Valor de hoje. Professor de ciência política na USP e na FGV, não decepciona aqueles que sempre esperam seu apoio ao PT.
No artigo de hoje, o prof Limongi desanca o mercado financeiro por preferir Bolsonaro ao PT. Afinal, Bolsonaro teria um passado tenebroso em termos de suas posições sobre a economia, mas estaria merecendo o benefício da dúvida negado a Haddad. Segundo a teoria do professor, essa assimetria somente se explicaria por “preferências ideológicas”.
Destaquei o trecho abaixo para mostrar como petistas travestidos de isentos distorcem fatos para provar suas teses.
Quando Levy foi apontado por Dilma para fazer o serviço sujo do ajuste negado durante a campanha, o mercado deu sim o benefício da dúvida. Foram aproximadamente 6 meses de bonança, até o fatídico anúncio da meta de déficit para 2015, em julho, quando apenas Nelson Barbosa apareceu, e Levy alegou um resfriado para não comparecer. Ali, o mercado percebeu que Levy havia perdido a batalha, e era uma questão de tempo para a sua queda.
O mercado está sempre disposto a dar o benefício da dúvida. Afinal, os preços dos ativos são determinados por uma distribuição de probabilidades. Se existe alguma probabilidade de que políticas prudentes serão adotadas, o mercado não vai apostar 100% contra. Cada aposta custa dinheiro, e se tem uma coisa que o mercado procura evitar a qualquer custo é rasgar dinheiro.
Até Haddad e o PT poderiam receber o benefício da dúvida, SE ASSUMISSEM OS ERROS DO MANDATO DE DILMA. O que vemos, no entanto, é o inverso. O programa do PT é a reafirmação de todos os erros cometidos. Nenhum ficou de fora. A questão fiscal é tocada em algumas frases soltas, e a reforma da previdência, a mãe de todas as reformas fiscais, sequer é mencionada no programa petista. E, até o momento, Haddad vem fazendo sua campanha com esse programa debaixo do braço. Santo Deus, como dar o benefício da dúvida?
Bolsonaro, por outro lado, tem feito campanha com um programa liberal, e apontou o Chicago boy Paulo Guedes como seu guru econômico. Seu passado o condena, mas o mercado está dando o benefício da dúvida, pois há base material para isso.
O Prof Limongi acusa o mercado de ser ideológico. Nada mais longe da realidade. O mercado é uma prostituta barata, que se vende por pouco ao primeiro que lhe paga. Estaria agora mesmo aderindo a Haddad, se este lhe desse o mínimo sinal na direção correta. Este sinal simplesmente não existe.
Ideológico é o prof Limongi, que distorce fatos para que caibam em suas teses.
“Vamos fazer um acerto de contas […] Eles têm que aprender a respeitar o resultado das urnas.”
Essa fala é de Fernando Haddad, o candidato moderado, o candidato do amor.
Esta frase está prenhe de promessas inconfessáveis.
O que seria o tal “acerto de contas” sem revanchismo e tampouco ódio? Como se daria? Acerto de contas significa pagar uma dívida. Que dívida o PT cobraria? Como seria essa cobrança? Cada um pode imaginar o que quiser.
E quem são “eles”? Quem são os devedores do PT, aqueles que serão chamados a pagar a dívida, a acertar as contas? Os partidos de oposição? A imprensa não alinhada ao PT? O judiciário independente? Os que saímos às ruas para pedir o impeachment de Dilma?
“Têm que aprender”. Esta é a fala de um pai que vai aplicar um corretivo no filho desobediente. Que corretivo será este?
Sim, amigos. É esta força “democrática” que será apoiada no 2o turno por todos aqueles que se dizem preocupados com o futuro da democracia brasileira nas mãos do brucutu da caserna.
Maria Cristina Fernandes, na CBN. Depois de uma longa análise sobre a carta de FHC e outras pedindo a união dos candidatos de centro, responde a uma última pergunta.
Âncora: Dizem que Bolsonaro e Haddad são duas faces da mesma moeda. Você concorda?
Maria Cristina: não. Bolsonaro é o candidato do ódio. Haddad, apesar de setores do PT adotarem uma postura mais radical, tem procurado se mostrar muito mais conciliador.
O que de fato elas quiseram dizer:
Âncora: Maria Cristina, estamos no fim da entrevista, faz aí um merchã do Haddad.
Maria Cristina: pois não, querida. Gente, o verdadeiro candidato de centro é o Haddad, ok?
Esse é Haddad, para quem “consolidar um ambiente de Estado Democrático de Direito” e “fortalecer as instituições” significam uma coisa só: libertar o presidiário de Curitiba.
Tasso é neófito na política. Com o tempo, ele vai entender a verdadeira natureza do PT.
“A autocrítica do PSDB é muito importante e constrói possibilidade de diálogo depois das eleições”.
Esta frase é do inefável Fernando Haddad. E a autocrítica do PSDB a que ele se refere foi feita pelo não menos inefável Tasso Jereissati.
E o que disse Jereissati? Disse que o PSDB “sabotou” o governo Dilma, votando contra o ajuste fiscal que o partido sempre defendeu.
Então, ficamos assim:
1) O PT sabotou o governo FHC tanto quanto pôde. Mas isto não merece uma autocrítica do partido, porque votar contra o ajuste fiscal sempre foi o programa do PT.
2) Quando o PSDB votou na linha que o PT adotou desde sempre, foi acusado de “sabotar” o governo do próprio PT.
3) O presidente do PSDB concorda com essa “leitura”. Acha que o partido deveria apoiar o governo do PT na agenda da responsabilidade fiscal, mesmo que o próprio PT não o apoiasse.
O PT tem duas narrativas, que usa conforme suas conveniências. A primeira é que a crise começou com a tentativa de Joaquim Levy de fazer um ajuste fiscal. A segunda é que a crise começou com a sabotagem da oposição, que impediu o governo Dilma de fazer um ajuste fiscal. Jereissati concorda com essa segunda narrativa.
Claro que a possibilidade de diálogo a que Haddad se refere existirá se, e somente se, o PT voltar ao poder. Neste caso, o partido gostaria de ter o PSDB a seu lado para fazer o “trabalho sujo” do ajuste fiscal. Poderia, assim, ter os tucanos como sócios da maldade.
Se o PSDB ganhar as eleições, essa “possibilidade de diálogo” obviamente desaparece. O PT na oposição será o de sempre: votará contra os interesses do país, pensando nas próximas eleições.
No PT, não tem essa boiolice de “autocrítica”.