Caetano é para poucos

Dá pra assistir a um show do Caetano Veloso?

Não, não dá.

Faço questão de assistir a um show do Caetano Veloso?

Não, não faço.

Se alguém me pagasse 100 milhões de dólares para assistir a um show do Caetano Veloso, eu assistiria?

A pobreza é uma virtude.

O produto mais superfaturado do mercado político

O PSOL foi criado em 2004. As votações do PSOL em eleições nacionais foram as seguintes:

2006: Heloísa Helena 6,85%

2010: Plínio de Arruda Sampaio 0,87%

2014: Luciana Genro 1,55%

2018: Guilherme Boulos 0,58%

Guilherme Boulos deve ser o sujeito mais superfaturado do mercado político brasileiro. Já ouvi dizer que poderia ser o novo Lula. Precisa comer muito feijão com arroz pra chegar no calcanhar do presidiário de Curitiba.

Saldão do 1o dia de campanha no 2o turno

Saldão do 1o dia de campanha no 2o turno:

– Haddad foi a Curitiba, receber novas orientações de seu chefe. Levou uma bronca, porque é claro que não deveria estar ali, aquilo seria visto como um radicalismo, como ele não sabia disso? Foi dispensado de novas visitas, e orientado a “amaciar” alguns pontos do seu Programa de Governo, como uma nova constituinte. Haddad, que estava pouco à vontade em seu figurino radical, vai poder finalmente despir a fantasia e assumir toda a moderação que Deus lhe deu. (Deus não, que ele é ateu. Lula.)

– FHC declarou sua neutralidade. Nada que resista ao Haddad “social-democrata” que se apresentou na entrevista ao JN.

– Bolsonaro recebeu apoios políticos: Ana Amélia, tentando reconstruir suas pontes com o PP do RS, Amazonino Mendes e João Doria, procurando surfar na popularidade do ex-capitão no 2o turno de seus respectivos estados. O caso de Amazonino Mendes é interessante: é do PDT, mesmo partido de Ciro, e no Amazonas a disputa foi muito igual entre Bolsonaro e Haddad. Ou seja, não teria motivo para não apoiar Haddad. No caso de Doria, o amor não foi correspondido: Bolsonaro disse que será neutro na disputa paulista.

– Haddad também recebeu apoio político. De Boulos. […] Não, Haddad ainda não recebeu apoio político.

– Bolsonaro mesmo não fez nada, a não ser a entrevista no JN. Deu um puxão de orelhas ao vivo e em cores no General Mourão por suas declarações desastradas. Só faltou dizer: “Mourão, aprende com a Manu D’Ávila, fica calado no canto aí”.

– Um capoeirista petista foi morto por um maluco bolsonarista. Foi facada. Haddad, provavelmente, já deve estar pensando em um estatuto do desarmamento envolvendo armas brancas.

Campanha vitoriosa

Miriam Leitão analisando o debate de ontem na Globo News, e dizendo que Boulos fez uma campanha vitoriosa dentro do objetivo que se propôs.

Não sabia que o objetivo do Boulos era chegar atrás do Cabo Daciolo.

Impressões sobre o debate no SBT

No #debateSBT vi alguns movimentos interessantes, que indicam a tática para esta reta final no 1o turno, e podem dizer um pouco sobre apoios no 2o turno:

– Álvaro Dias foi o mais vocal contra o PT, chamando o partido de “organização criminosa”. Nem citou Bolsonaro. Surfando na onda anti-petista no sul, pode declarar apoio ao candidato do PSL.

– Ciro também foi agressivo com o PT. Pelo visto, ainda não desistiu de ser visto como uma 3a via, uma alternativa da esquerda para bater Bolsonaro. As pesquisas de 2o turno lhe dão razão.

– Alckmin bate no PT e em Bolsonaro, mas quase en passant. Gasta o grosso do seu tempo com platitudes, do tipo “precisamos investir em infra-estrutura”. Soltou um “resolutividade” no meio de uma resposta, o que deve ter lhe roubado 0,5% das intenções de voto.

– Haddad vai bem. É inteligente, rápido e articulado nas respostas, e tem um script que executa bem, a mistificação dos bons tempos do Lula. Tem um patrimônio para mostrar, e mostra com habilidade. Mas tenho a impressão de que, se pegar o ex-capitão inspirado em um debate no 2o turno, vai ser comido com farinha, pois será tirado de sua zona de conforto, coisa que só Álvaro Dias tentou uma vez, e com relativo sucesso.

– Marina: oi?

– Meirelles: muito ruim. Mas muito ruim mesmo.

– Cabo Daciolo: respondendo a uma pergunta de Guilherme Boulos, proclamou seu amor às mulheres brasileiras e “profetizou” sua vitória em 1o turno, em nome de Deushhhhh. (um debate em que Boulos faz pergunta a Daciolo, ambos com traço nas pesquisas, e deixa Amoedo, tecnicamente empatado com Marina, de fora, tem alguma coisa muito errada).

– Bolsonaro: o grande vitorioso da noite, porque não apanhou muito. Seu nome só foi pronunciado por Boulos e por Carlos Nascimento, que lembrava, no início de cada bloco, que ele não estava presente porque havia sofrido um ataque (propaganda subliminar positiva). O tema das mulheres foi tocado algumas vezes, principalmente pela Marina, o que indiretamente o prejudica. A essa altura, Bolsonaro está tocando a bola no meio de campo esperando o fim do 1o tempo. Quanto menos aparecer, melhor.

Tire suas próprias conclusões

A AJD, Associação dos Juízes para a Democracia, que se diz apartidária, é contra a prisão depois da condenação em 2a instância.

No site da AJD, foto de evento abrilhantado com as participações de João Stédile e Guilherme Boulos.

Tire suas próprias conclusões.