Uma hipótese de probabilidade zero

A pergunta abaixo foi feita para o economista Hélio Zylberstajn, professor da FEA e especialista em previdência.

A resposta quer dizer mais ou menos a seguinte: a hipótese de não aprovação da reforma é tão catastrófica que não pode acontecer. Não vou ficar aqui discutindo um evento de probabilidade zero.

O mercado financeiro hoje tem como favas contadas a aprovação da reforma. A discussão se trava no nível da desidratação. As múltiplas trapalhadas do governo (entre as quais a reforma dos militares foi apenas mais uma) e a queda abrupta de sua popularidade são tratadas no melhor estilo “self-denial”.

Reformar o sistema previdenciário, que representa 45% de todos os gastos do governo, requer um fôlego e tirocínio político que é para poucos. FHC não conseguiu aprovar a idade mínima, Lula mexeu apenas na previdência do funcionalismo, Temer não conseguiu levar a reforma à votação. Isso para citar os últimos três políticos de verdade que ocuparam a cadeira presidencial.

Hoje temos Bolsonaro. E a reforma mais ambiciosa da história será aprovada por gravidade. Assim é se assim lhe parece.

Idade mínima para todos

Artigo inatacável de Hélio Zylberstajn.

Eu pertenço ao terceiro grupo citado no artigo, o mais prejudicado pelo estabelecimento da idade mínima.

Poderia dizer que estou disposto a dar minha “cota de sacrifício” para o bem do país e blá, blá, blá. Bobagem.

Quem está no terceiro grupo, já deveria ter começado uma poupança previdenciária particular há muito tempo. Era óbvio que ou as regras para acesso à previdência pública iriam endurecer, ou a previdência iria quebrar, deixando de pagar os benefícios com regularidade.

Se você está no terceiro grupo e ainda conta com a previdência pública, melhor acordar.