O grande tema do momento no Rio é a perda de passageiros do Galeão. De 4o aeroporto mais movimentado do país em 2019, o aeroporto da Ilha do Governador despencou para a 10a posição em 2022. O que aconteceu?
Li de tudo. Desde “falta de agressividade comercial do concessionário” até a “perda de dinamismo da economia fluminense”. Eduardo Paes, com sua conhecida retórica populista, já prometeu: “não vamos deixar o Galeão morrer!!!”. Como se o Galeão fosse uma necessidade da natureza.
Não sou especialista em aeroportos e malhas aéreas. Apenas analiso números. Tabulei um pouco melhor os dados publicados na matéria dO Globo.
Podemos observar alguns fatos interessantes:
1) Em 2022, o número total de passageiros no Brasil ainda ficou 17,7% abaixo do nível de 2019, pré-pandemia.
2) Guarulhos e Congonhas perderam mais do que a média brasileira nesse período. Isso se explica por…
3) Campinas, que ganhou quase 14% de passageiros entre 2019 e 2022. Portanto, Campinas “canibalizou” Guarulhos e Congonhas. Campinas ganhou proporcionalmente mais passageiros do que o Santos Dumont nesse período.
4) Separando por cidades, e considerando Campinas como parte de São Paulo, temos que o Rio de Janeiro foi, de longe, a cidade que perdeu mais passageiros nesse período: mais de 30%, contra uma média nacional de 17,7%. O restante das cidades ficou ligeiramente melhor ou ligeiramente pior do que a média, com exceção de Recife, que praticamente já recuperou o nível de 2019.
Observando esses números, talvez possamos concluir que não seja um problema somente do Galeão, mas da cidade do Rio de Janeiro. O que aconteceu nesse período? Com a palavra, os cariocas.