Desilusão com a justiça

No México é um “esquerdista”. No Brasil é um “direitista”. O ponto em comum entre Lopez Obrador e Bolsonaro é o discurso anticorrupção. E o principal fator de atração de votos é a desilusão com a Justiça.

No andar de cima, a impunidade é consequência do “garantismo judicial”.

No andar de baixo, a impunidade é consequência da “política de direitos humanos”.

No meio, uma Justiça em que seus operadores estão mais preocupados com suas benesses do que em fazer justiça.

Temos assim o ciclo da impunidade, que une bandidos ricos e pobres contra a sociedade.

Não por outro motivo, a candidatura de Bolsonaro se apoia no combate à corrupção dos ricos e à violência dos “vagabundos” (modo politicamente incorreto com que o candidato se refere aos bandidos).

Ao que tudo indica, Lopez Obrador será vitorioso neste domingo. Vamos ver o que acontecerá em outubro no Brasil.

Uma hipótese remota

Imagine (só por um momento, só por hipótese ok?) um 2o turno entre Bolsonaro e Fernando Haddad.

Agora imagine toda a galera do Estado Democrático de Direito, combinada com toda a turma do Centro Democrático, e com o apoio de todas as Forças Vivas da Sociedade, apoiando Haddad, o candidato cute-cute de Lula, contra o brucutu que vai destruir a Democracia no Brasil.

Claro, é só uma hipótese remota.

O que as pesquisas dizem

O mercado financeiro está surtando porque Alckmin não decola nas pesquisas e aposta em um 2o turno entre Bolsonaro e Ciro. Em pesquisa recente da XP junto ao mercado, nada menos que 44% dos respondentes apostam nessa hipótese.

O DataFolha deste domingo não trás novidade alguma: Bolsonaro e Marina Silva distantes dos outros candidatos. E Marina batendo todos os candidatos no 2o turno.

Mas, por algum motivo misterioso, o mercado não está considerando a hipótese Marina. Talvez por não ter estrutura partidária nenhuma (que é o caso de Bolsonaro também) ou, o que é mais provável, pelo seu histórico de derretimento nas duas últimas eleições.

Então, o mercado encontra-se em seu momento esquizofrênico: as pesquisas enterram Alckmin, mas as mesmas pesquisas não servem para colocar Marina como uma candidata competitiva.

Ora, ou bem as pesquisas servem, ou não servem. Minha opinião? Acho que pesquisas hoje ainda dizem pouco sobre as eleições.