Da página de André Perez Bolini:
Está tendo uma polêmica dentro do @NOVO 30 que merece destaque não pelo nome dos envolvidos, mas pelo modo que a situação está sendo conduzida.
Leandro Lyra foi eleito vereador no Rio de Janeiro em 2016 pelo NOVO, no primeiro pleito que o partido participou desde sua criação. Foi um dos mais votados. E quem vê seus discursos entende porquê: o cara é muito bom em termos técnicos, com formação acadêmica extremamente conceituada somada a uma boa oratória.
Mas o rapaz percebeu que pode ir além. De vereador, poderia se tornar deputado federal com o sucesso que está fazendo.
Mas, oras, pular de cargo em cargo, sem terminar o mandato e trair a confiança do eleitor que o elegeu para vereador – e não para qualquer outro cargo, ou tampouco deu voto para seu suplemente – seria a cara daquilo que buscamos combater no novo: a velha política.
Aqui é que está o pulo do gato na diferença do NOVO para os outros partidos: governança.
Em qualquer outro partido, o Diretório Estadual é dominado pela figura política mais forte do estado. Logo, as vontades do político tornam-se as vontades da regional partidária: um total conflito de interesses.
Mas, no NOVO, quem ocupa o Diretório não pode ocupar cargo político. A turma do diretório pensa na imagem do partido, e não no próprio plano de carreira político. Governança: tira-se poder do indivíduo que teria o maior incentivo para desvirtuar o poder. O Diretório, assim, passa a fiscalizar e cobrar os políticos do partido, zelando pelo interesse dos filiados. Laranjas podres existem em todo lugar. A questão é: como lidamos com elas?
Lyra me decepcionou. Imagino que tenha decepcionado também muitos de seus eleitores. Mas a regra do estatuto do partido é a regra, o Diretório é soberano e deve fiscalizar os políticos de sua regional.
Por isso, eu digo: o importante não é botar as pessoas certas no poder, mas construir instituições que gerem incentivos positivos até para as piores pessoas.
O NOVO vai se firmando como instituição. Ponto para o partido!