E temos um novo PAC na praça. Nenhuma surpresa. Em seu governo vintage, Lula continua montando o seu antiquário com peças trazidas de um passado glorioso, como se a repetição de nomes tivesse o condão de trazer o passado de volta.
Há uma grande diferença entre o PAC original e a peça que foi trazida ontem, com pompa e circunstância, para o Museu Lula: os bolsos profundos do Estado brasileiro, via Petrobras e BNDES, já não existem mais. O PAC original funcionou por um tempo porque a Petro investiu como se não houvesse amanhã em projetos pra lá de duvidosos, e o BNDES emprestou centenas de bilhões de reais a juros subsidiados. Hoje, a Petrobras está muito mais limitada em seus planos de investimento, enquanto a capacidade de subsidiar juros por parte do Estado é praticamente inexistente.
Lula, em seu discurso de inauguração da nova peça no seu museu, afirmou que os empresários não têm medo de um Estado empresário. Verdade, para aqueles que conseguem uma linha subsidiada no BNDES ou se tornam fornecedores da Petrobras. Para os restantes, resta pagar juros mais altos, que é o resultado inexorável de todo esse processo.
Mas, fiquemos tranquilos: o novo PAC não passa de uma peça de museu inofensiva. Todos os investimentos listados já seriam realizados se não houvesse a marca PAC, como a prospecção da Petrobras na margem equatorial, o túnel Santos-Guarujá e a compra de ônibus escolares, todos investimentos citados na matéria. O PAC serve, como disse no início, para dar aquela impressão de que os “good old days” voltaram. É só mais uma iniciativa simbólica do governo vintage.