Mais um artigo reverberando o abaixo-assinado de CEOs decretando que o lucro não é tão importante quanto o impacto social das empresas (‘Mr. Friedman, we have a problem’: Vem aí o capitalismo 3.0)
Se eu fosse CEO faria o mesmo. Quer coisa melhor do que não ser cobrado pelo lucro? “Olha, a empresa não gera lucro, mas trata muito bem os empregados e ajuda a plantar árvores na Amazônia”. Ok.
Como profissional do mercado financeiro, canso de ouvir perguntas de amigos e parentes sobre “quais são as melhores opções de investimentos”, que “rendam mais que a poupança”. Ninguém me pergunta: “qual a opção de investimento em empresas que tratam bem os empregados?” Ou “onde posso investir para melhorar o ar do planeta?”. Nada disso. A pergunta é sempre “onde rende mais?”
Esse é o tal de “mercado” citado no trecho do artigo que dá o título a este post. O “mercado” somos todos nós, que, afinal, estamos sempre atrás de um bom retorno.
“Ah, mas as empresas socialmente responsáveis rendem mais no longo prazo”. Bem, se isso for realmente verdade, os critérios sociais se imporão naturalmente. Afinal, todos estamos atrás de bons retornos, não é mesmo? A necessidade de um “abaixo-assinado” de CEOs parece ser a evidência de que, afinal, critérios sociais não devem ser tão lucrativos assim.
O artigo diz que Milton Friedman deve estar se virando no túmulo. Acho que, na verdade, ele deve estar é rolando de rir no túmulo. A frase “só falta convencer o mercado” é exatamente o que ele diria.