Quando o Ministério da Cultura foi extinto pelo recém empossado governo Temer, a chamada “intelectualidade nacional”, que engloba artistas globais, professores de universidades públicas e outras categorias menos reluzentes, revoltou-se e acusou o “governo golpista” de querer o desmonte da cultura nacional.
O governo Temer, tíbio como sempre, voltou atrás. O Ministério da Cultura poderia, assim, continuar sua missão de “preservar a cultura nacional”. Como, aliás, todos os governos têm supostamente feito desde a criação do Ministério, em 1985. Governos de esquerda e, portanto, com uma sensibilidade especial para a cultura, marcando a diferença para os brucutus da ditadura militar.
Fica a questão: se o Ministério da Cultura não serve para preservar um patrimônio como o do Museu Nacional, para que serve então? Ok, é só uma pergunta retórica. Sabemos que o Ministério da Cultura serve à resistência democrática, o que, nos últimos anos, se traduziu no movimento “fora Temer”.
No último quarto de século, fomos governados por partidos que se auto-proclamam defensores da cultura. Se isso significa deixar o Museu Nacional queimar até a morte, talvez um brucutu sem sensibilidade na presidência não faça assim tanta diferença.