Multas

Por que perder a carteira com 40 pontos? Por que não com 60 ou com 100? Por que perder a carteira com qualquer pontuação?

Por que existem pontos? Pra que servem?

Por que existem multas de trânsito? Pra que servem?

Por que existem limites de velocidade nas estradas? Aliás, por que existem regras de trânsito, afinal?

Se tudo não passa de uma grande indústria com o objetivo de arrancar dinheiro do motorista, vamos acabar com todas as regras. Matar a indústria pela raiz.

Ou não?

A discussão dos “pardais” nos devidos termos

Se o motorista “se distrai” e passa por um pardal acima da velocidade permitida, não há outra conclusão possível: o sujeito estava dirigindo acima da velocidade permitida e, o que é pior, estava distraído.

Muitos fazem isso: dirigem a uma velocidade que acham “razoável” e, quando avistam um radar (ou são avisados pelo Waze), diminuem a velocidade. Mas, de vez em quando, “se distraem” e, pá!, são multados.

A discussão, parece-me, está desfocada.

Bolsonaro deveria ter proposto a abolição pura e simples da velocidade máxima nas vias. Porque eliminar os radares significa, na prática, eliminar a velocidade máxima. A definição de uma velocidade segura ficaria a cargo, então, de cada motorista. Cada um dirigiria a uma velocidade que achasse “razoável”.

Claro, colocar a discussão nesses termos não é nada simpático.

O ponto é que a discussão está se dando sobre a “injustiça” dos radares, mas o radar é apenas uma consequência necessária da definição de uma velocidade máxima.

Estabelecer uma velocidade máxima sem radar é inócuo: aqueles que já respeitam a velocidade máxima continuarão respeitando; aqueles que só respeitam por causa do radar, passarão a não respeitar. Seria como eliminar a polícia: para os honestos, tanto faz. Para os desonestos, é uma carta de alforria.

Bolsonaro deveria admitir que é contra uma velocidade máxima nas vias. Colocaria o debate nos seus devidos termos.