Em março do ano passado, estava eu ciceroneando dois investidores japoneses em Brasília, que vêm anualmente para verificar in loco se o país onde eles investiram seu dinheiro ainda existe.
O foco, na época, era a Reforma da Previdência, e todas as conversas com pessoas do Tesouro, do BC e políticos giravam em torno do tema. Estávamos nós fazendo um tour pela Câmara quando notamos uma aglomeração de jornalistas. Perguntei o que era aquilo, e fui informado de que estavam esperando o fim de uma reunião no gabinete da liderança do governo na Casa, em que finalmente seria indicado o presidente da CCJ que iria iniciar a tramitação da reforma da Previdência. De repente o burburinho aumentou, o que indicava fumaça branca. Saem lá de dentro Joice Hasselmann e Onyx Lorenzzoni para dar a notícia: habemus presidente! Uma esfuziante Joice e um compenetrado Onyx anunciavam com pompa e circunstância o nome de Filipe Franceschini para a tarefa. Notava-se que estavam embevecidos pelo papel de destaque na política nacional, com todos aqueles holofotes sobre suas pessoas.
Lembrei-me dessa cena ao saber que Onyx não faz mais parte do primeiro time do governo. Há menos de um ano, ele e Joice davam as cartas. Menos de um ano depois, são uma sombra do que foram.
O poder, em qualquer esfera, é efêmero.