Prioridade zero

Trecho de reportagem do Globo deixa claro que o Museu Nacional nunca foi prioridade dentro da UFRJ.

“Os números deixam claro que a maior parte dos recursos da UFRJ são tomados por despesas obrigatórias (essencialmente folha de pagamento). Em 2017, por exemplo, elas consumiram 86,9% do Orçamento da instituição e chegaram a R$ 2,77 bilhões. Este ano, o montante será ainda maior: 87,5%, ou 2,78 bilhões.

Os técnicos do governo apontam, no entanto, que dentro dos recursos que sobram nas mãos da UFRJ, o Museu Nacional não foi uma prioridade. Ele ficou com 0,16% dos recursos livres em 2012; 0,22% em 2013; 0,19% em 2014; 0,1% em 2015; 0,11% em 2016 e 0,09% em 2017.”

Veja reportagem completa:

Descobriram a restrição orçamentária

23:59 Porque esse teto de gastos é um crime, não vai ter dinheiro pra saúde, pra educação

00:00 Porque vocês precisam entender como funciona um orçamento. A UFRJ não tinha dinheiro pra manutenção do Museu porque tinha outras despesas obrigatórias, como salários.

Bastou a batata do reitor do PSOL começar a assar, o pessoal começou a dar lição de restrição orçamentária.

Vai para o inferno!

Com tantas necessidades que clamam aos céus, estamos discutindo se o orçamento público deveria subsidiar a gasolina que eu coloco no meu carro. O inferno desse pessoal deve ter uma temperatura especial.

Cortando gastos inúteis

Talvez Bolsonaro estivesse se referindo a isto quando falou de “cortar gastos que não caiam na conta da população”. São R$5 bilhões/ano só na conta do Exército. Ou R$ 6 mil/mês por pensionista, na média.

Questão de prioridade

Reportagem na Globo News mostrando caminhões-pipa chegando em alguma cidade do sertão nordestino, castigada pela seca. Não assisti à reportagem, só vi a imagem dos caminhões chegando com Papais Noeis em cima das carrocerias. Suponho que deva ter sido o presente de Natal de alguém.

Chamou-me a atenção a imagem de algumas pessoas gravando a chegada dos caminhões com smartphones.

O Brasil não consegue resolver o acesso à água, mas já resolveu o acesso aos smartphones. É uma questão de prioridade.

Você paga por isto

Nota no Antagonista

“A convenção do Partido Novo em Brasília, que reuniu 700 pessoas ontem à noite, custou R$ 28 mil – incluídos aí o aluguel do espaço, cadeiras de plástico e equipamentos de luz e som.

Cada um pagou sua passagem e hospedagem, assim como a comida – vendida em food trucks no local.

A Convenção do PSDB, no sábado, custou R$ 1,5 milhão e reuniu cerca de mil pessoas. Tudo bancado pelo partido com recurso do fundo partidário.”

Viagem para o abismo

Não sou funcionário público da ativa.

Não dependo de bolsa-família.

Meus filhos não estudam em escola pública.

Uma boa parte de minha aposentadoria virá de minha poupança previdenciária pessoal.

O único incômodo que terei se a reforma da Previdência não for aprovada será a volta da inflação alta, única forma de fazer caber os gastos suecos do governo em um orçamento senegalês. Mesmo assim, consigo me proteger com investimentos que protegem meu poder de compra.

Por que, então, sou a favor de se reformar a Previdência? Em primeiro lugar, porque honestamente me dói no coração a situação dos funcionários públicos mais simples, dos dependentes do bolsa família, dos alunos das escolas públicas. Sem reforma da Previdência, estes estarão mais fu… do que hoje. E, acredite, é possível estar mais fu… do que hoje.

Mas, sou a favor da reforma principalmente porque não consigo pensar em qualquer outra política pública que seja mais concentradora de renda do que a Previdência brasileira. Principalmente no que se refere à previdência da classe média, com um exército se aposentando com menos de 55 anos de idade.

Infelizmente, os dependentes das políticas públicas foram convencidos pelos beneficiários da atual Previdência de que seriam prejudicados pela reforma. Ajudou nesta tarefa a porca estratégia de comunicação do governo.

Enfim, não sou funcionário público, não preciso do bolsa família, não dependo de escola pública, consigo me defender da inflação.

Boa sorte pra vocês nesta viagem para o abismo.

A conta sempre chega

O Valor de sexta, caderno do fim de semana, traz reportagem sobre a penúria da UERJ.

A Veja deste fim de semana traz reportagem sobre a matança de policiais militares no RJ. Morreram quatro vezes mais PMs no RJ do que em SP neste ano.

O Rio é o exemplo do que estaria acontecendo no Brasil se o governo não tivesse capacidade de se endividar ou, no limite, não tivesse o monopólio da impressão do seu próprio dinheiro. O Brasil, assim como o Rio e grande parte dos entes federativos, está quebrado. A coisa só funciona porque, por algum motivo, os credores continuam a dar um voto de confiança na capacidade do país de pagar a sua dívida.

Se o Rio pudesse emitir sua própria dívida, ou imprimir o seu próprio dinheiro, os salários dos professores da UERJ estariam em dia, e os PMs talvez não estivessem morrendo feito moscas. Parece uma solução, mas é só um problema adiado. Um dia, o dinheiro perde o seu valor com a inflação, e os credores perdem a paciência, e exigem o seu dinheiro de volta.

O Brasil está apenas adiando o problema, luxo a que o Rio não se pode permitir. Mas um dia a conta chega. Sempre chega.

Desperdício

Marginal Pinheiros parada no domingo em função de um acidente, e o painel luminoso com a mesma mensagem idiota de sempre. O que só reforça minha percepção de que esses painéis luminosos foram um bom negócio para o fornecedor, mas são inúteis para a população, em mais um exemplo de desperdício de dinheiro público.