Esqueçamos por um instante as brigas internas do Novo, as posições do “dono” do partido e tudo mais. Luís Felipe D’Ávila foi escolhido o candidato do Novo à presidência.
Em entrevista hoje, D’Ávila mostrou uma virtude rara: não gastou vela boa com defunto ruim. Não houve uma menção sequer a impeachment ou “defesa da democracia”, apesar de não terem faltado críticas ao atual estado de coisas. Mas, corretamente, o candidato faz menção à estagnação econômica dos “últimos 10 anos”, e não somente dos últimos dois anos e meio.
Sobretudo, D’Ávila coloca Lula em seu devido lugar: não dá pra fazer uma reconstrução moral e ética do país com Lula na presidência. Ele não diz, mas eu complemento: a defesa da democracia inclui também evitar que Lula volte à presidência.
O candidato do Novo demonstra que não é preciso ser bolsonarista para atacar Lula. Este deveria ser o caminho de todos os candidatos da chamada “3a via”.
Eu normalmente voto em candidatos do Novo. Fico feliz que o PT tenha descartado aliança com o partido.
Quem lê a notícia, pode pensar que o PT esteja querendo proteger a sua pureza. Nada mais falso. Na verdade, trata-se de um veto a partidos que não topariam de qualquer forma dormir debaixo dos mesmos cobertores do partido das ideias mesozóicas e da boquinha Nos outros partidos, sempre pode ter alguém interessado em compartilhar noites tórridas.
Romeu Zema foi o único governador eleito pelo Novo. Ao ser perguntado sobre a privatização da Cemig e de outras estatais de Minas Gerais, respondeu com o que vai abaixo. Ciro Gomes não responderia outra coisa.
Começa a ficar claro porque Gustavo Franco não topou ser o secretário de Finanças de Zema. Se esta for a vitrine do Novo, receio que o partido terá problemas.
O Novo fez uma campanha linda. Elegeu 8 deputados federais, 12 estatuais e Amoêdo chegou em 5o lugar. Acho que teria o dobro de votos não fosse o voto útil.
Mas não vamos nos iludir: o futuro governador de Minas só está nessa posição por conta de seu apoio a Bolsonaro. Se dependesse apenas do Novo, seria mais um Chequer da vida.
Zema foi votar de amarelo, não de laranja. Por isso está no 2o turno.
A Câmara dos Deputados do RJ aprovou um projeto de lei que concede aumento de 5% aos servidores do Tribunal de Justiça – RJ.
O governador Pezão vetou o projeto, por burlar o Regime de Recuperação Fiscal, acordo que permitiu aporte da União.
A Câmara derrubou o veto do governador. Por unanimidade. No trecho abaixo, as justificativas de três deputados para a derrubada do veto.
22 partidos estão representados na Câmara do RJ. Desde o sedizente liberal DEM, passando pelo cristão novo liberal PSL até o falso liberal PSDB. Nem um mísero voto pela responsabilidade fiscal.
Não tenho dúvida de que, tivesse o Novo representação na Câmara, a votação não teria sido unânime.
Responsabilidade fiscal é palavra que está na boca de todos os candidatos. Mas as convicções das pessoas são testadas na vida real.
Está tendo uma polêmica dentro do @NOVO 30 que merece destaque não pelo nome dos envolvidos, mas pelo modo que a situação está sendo conduzida.
Leandro Lyra foi eleito vereador no Rio de Janeiro em 2016 pelo NOVO, no primeiro pleito que o partido participou desde sua criação. Foi um dos mais votados. E quem vê seus discursos entende porquê: o cara é muito bom em termos técnicos, com formação acadêmica extremamente conceituada somada a uma boa oratória.
Mas o rapaz percebeu que pode ir além. De vereador, poderia se tornar deputado federal com o sucesso que está fazendo.
Mas, oras, pular de cargo em cargo, sem terminar o mandato e trair a confiança do eleitor que o elegeu para vereador – e não para qualquer outro cargo, ou tampouco deu voto para seu suplemente – seria a cara daquilo que buscamos combater no novo: a velha política.
Aqui é que está o pulo do gato na diferença do NOVO para os outros partidos: governança.
Em qualquer outro partido, o Diretório Estadual é dominado pela figura política mais forte do estado. Logo, as vontades do político tornam-se as vontades da regional partidária: um total conflito de interesses.
Mas, no NOVO, quem ocupa o Diretório não pode ocupar cargo político. A turma do diretório pensa na imagem do partido, e não no próprio plano de carreira político. Governança: tira-se poder do indivíduo que teria o maior incentivo para desvirtuar o poder. O Diretório, assim, passa a fiscalizar e cobrar os políticos do partido, zelando pelo interesse dos filiados. Laranjas podres existem em todo lugar. A questão é: como lidamos com elas?
Lyra me decepcionou. Imagino que tenha decepcionado também muitos de seus eleitores. Mas a regra do estatuto do partido é a regra, o Diretório é soberano e deve fiscalizar os políticos de sua regional.
Por isso, eu digo: o importante não é botar as pessoas certas no poder, mas construir instituições que gerem incentivos positivos até para as piores pessoas.
O NOVO vai se firmando como instituição. Ponto para o partido!
“A convenção do Partido Novo em Brasília, que reuniu 700 pessoas ontem à noite, custou R$ 28 mil – incluídos aí o aluguel do espaço, cadeiras de plástico e equipamentos de luz e som.
Cada um pagou sua passagem e hospedagem, assim como a comida – vendida em food trucks no local.
A Convenção do PSDB, no sábado, custou R$ 1,5 milhão e reuniu cerca de mil pessoas. Tudo bancado pelo partido com recurso do fundo partidário.”