Os métodos que nunca foram aplicados

Eliane Catanhêde escreve hoje uma coluna que sintetiza bem a gritaria que se instalou na inteligentzia nacional ao ver um de seus heróis ser chamado de “energúmeno” por ninguém menos que o presidente da República. Até acho que o presidente não deveria se prestar a esse papel, tem a tal liturgia do cargo, etc. Mas sua intervenção foi útil pelo menos para deixar claro porque estamos onde estamos.

Paulo Freire desejava o bem, que se traduz na igualdade entre as pessoas. Pronto. É o que basta para ser idolatrado. Se os seus métodos funcionam para atingir o objetivo, isso é mero detalhe, irrelevante mesmo.

Mas Catanhêde vai além, e repete a falácia dos socialistas: o socialismo não deu certo não porque não funcione, mas porque os seus princípios foram jogados fora. O “verdadeiro” socialismo funciona, é que nunca foi implementado. Da mesma foram, a educação brasileira está uma lástima não porque se tenha aplicado os métodos de Paulo Freire, mas justamente porque não os aplicaram! “Jogaram fora”, diz a colunista, em uma voz passiva que lhe permite não determinar quem é esse sujeito tão sórdido que descartou os ensinamentos de tão egrégio ener…, quer dizer, educador.

Não sou pedagogo, então não vou aqui me meter a discutir sobre os méritos ou deméritos do método de Paulo Freire. A única coisa que sei é que ele é o Patrono da Educação em uma nação de analfabetos funcionais, que está na rabeira da fronteira tecnológica. Isso diz alguma coisa.

Ensino eficiente

A “especialista em educação” da Unicamp crítica as escolas “conteudísticas” e pede que sejam “formadoras de cidadãos” para evitar novas tragédias.

Fala como se estivéssemos na Coreia do Sul, com notas altíssimas no Pisa, e não no reino de Paulo Freire, onde a “cidadania” é a única coisa ensinada com eficiência nas escolas.

Diz tudo

Esta coletânea de frases de Paulo Freire diz tudo. Diz porque não temos nenhum prêmio Nobel científico. Diz porque nossa nota no Pisa é uma vergonha, mesmo se comparada com a de outros países de mesma renda. Diz porque grande parte de nossos universitários são analfabetos funcionais. Diz porque a produtividade do trabalhador brasileiro é tão baixa.

Paulo Freire ser considerado o patrono da educação brasileira diz tudo.