Plano B

Paulo Guedes também tem um “ambicioso plano de privatizações” para abater a dívida.

A julgar pela experiência da Grécia, seria salutar ter um plano B na manga.

Um estilo difícil

Assisti ao monólogo de Paulo Guedes na Globo News.

Sim, porque aquilo não foi uma entrevista, foi um monólogo. Os jornalistas mal conseguiram fazer cinco perguntas em um programa de uma hora de duração. Guedes dava a volta pela China para chegar na Penha, mesmo em perguntas em que ele tinha boas respostas. Ou seja, não foi enrolação, trata-se de um estilo. O estilo de alguém que não ouve, o que é muito ruim para um administrador público, que precisa chegar a consensos.

Na iniciativa privada, o empresário tem uma visão, e seus empregados obedecem. É o consumidor que, no fim do dia, vai definir se o empresário está correto ou não.

Na administração pública é um pouco diferente. O político deve chegar a consensos. Guedes reconhece isso, ao afirmar que mira o céu para chegar a um meio-termo. Mas, a julgar pelo monólogo, será difícil a conversa.

As ideias do economista treinado em Chicago são já conhecidas. São todas muito boas. A sua postura, no entanto, me preocupou. Quando jornalistas tarimbados mal conseguem balbuciar uma questão, fico imaginando a conversa com gente sem muita paciência, a começar do próprio presidente.