“Votaremos em Lula no 2º turno. Nossa expectativa é de condução responsável da economia”.
Em nota com apenas 14 palavras, os chamados “país” do Plano Real declararam voto em Lula no 2o turno. Apesar de lacônica, são muitas as mensagens transmitidas.
Em primeiro lugar, o apoio em si. Malan, Arida, Arminio e Bacha fazem parte do velho PSDB, aquele que entregou de bandeja o país para o PT e definhou. Essa declaração de voto, portanto, segue a mesma linha do apoio de FHC, Serra, Zé Aníbal, Tasso, sem falar em Alckmin. Trata-se de pura e simples síndrome de Estocolmo.
Em segundo lugar, a nota sacrificou a precisão para ser sintética. Uma nota mais precisa teria um complemento do tipo “Nossa expectativa é de condução responsável da economia e o não uso de esquemas de corrupção em estatais para sustentar máquinas partidárias”. Seria um pouco mais longo e menos elegante, mas ampliaria os compromissos sugeridos ao candidato.
Por fim, os “pais” do Plano Real deram a fórmula perfeita para quem quer votar em Bolsonaro posando de limpinho. “Votaremos em Bolsonaro no 2o turno. Nossa expectativa é de respeito às instituições”. Pronto! Está aí um voto lavado, enxaguado e pronto pra uso.
Fariam bem os quatro em lerem o artigo de Alexandre Schartzman, ex-diretor do BC no primeiro governo Lula, na Folha.