Essa eleição está tão doida que Alckmin ganha em São Paulo se o PSDB perder.
O verdadeiro candidato de Alckmin
Prefeitos paulistas do PSDB saem do partido e apoiam Márcio França.
Fica cada vez mais claro que França é o candidato de Geraldo Alckmin.
Mais uma informação para a sua decisão de voto.
O PSDB já vai tarde
“Abriu diálogo oficialmente com o PSDB”
Tem um troço dentro do PSDB chamado Esquerda Para Valer, que reúne a espantosa cifra de 5 mil militantes. E isso porque é uma das vertentes mais antigas da sigla. Óbvio, declararam voto no PT “em nome da democracia”.
Claro que o jornal força a barra ao chamar isso de “diálogo com o PSDB”. Ou não.
No final da reportagem, ficamos sabemos que José Eduardo “Osmar Turbando” Cardoso estaria se aproximando dos caciques do partido (leia-se FHC), mas que estes querem um “reconhecimento dos erros” para emprestarem seu apoio.
O PSDB já vai tarde.
O método de Doria
O “método” de Doria consiste, basicamente, em ter votos.
Alea jacta est
Da página de Eduardo Affonso
Amanhã vou tirar um sábado sabático e não falar nem pensar em política.
A menos que vaze a delação do Marcos Valério, o Haddad adquira vida própria ou o Mourão dê mais um tiro no pé, nada haverá a dizer, e tudo já terá sido dito por quem entende melhor de pesquisas e tendências ou tem trânsito nos bastidores (o FB comprovou que deixamos de ser 200 milhões de técnicos de futebol para nos tornar 200 milhões de analistas políticos).
Mas lembra quando a professora mandava, ao término da leitura de um livro, fazer o “fichamento”? Vamulá.
1.
“Nem quem ganhar nem quem perder vai ganhar nem perder.” Sábias palavras. O grande vencedor desta eleição, mesmo perdendo, será o Lula.
Trancafiado na carceragem da Polícia Federal, ele fez (impunemente) propaganda irregular no rádio e na televisão, campanha no New York Times, comício no Le Monde, e só não ligou o megafone na Folha de São Paulo porque o Fux puxou o fio da tomada.
Cravou dois postes, um no PT e outro no PSOL; furou o olho do ex-atual-futuro aliado do PDT; escolheu (e conseguiu, com o PSL) o adversário dos seus sonhos para levar ao (possível) segundo turno.
Se seu avatar vencer, Lula vai obsedar a política brasileira pelos próximos quatro – ou quarenta – anos, cravar uma estaca no coração da Lava-Jato e terminar o serviço do petrolão. Se perder, seu partido voltará a ser a baliza ética na nação, o bastião da moralidade pública, o bote salva-vidas dos valores mais puros – além da vanguarda na luta contra o “fascismo”.
2.
Bolsonaro corre o risco de ser eleito não pela direita, mas pelo avesso. Mais que pelo voto útil ou ideológico, pelo voto vingança.
É o sujeito errado, na hora errada, com as concepções de mundo erradas, mas o universo parece conspirar a seu favor.
Se parar de defender torturador e de bater boca com as minorias, pode ser que tenhamos a chance de ver que o conservadorismo não é nenhum bicho papão, e, sim, um contraponto necessário. E que (clichê dos clichês) a alternância no poder é saudável à democracia.
3.
O grande derrotado (além do bom senso) é o PSDB. Alckmin tinha todo o tempo do mundo no horário eleitoral e o maior arco de alianças. De bônus, a melhor vice disponível no mercado. Faltou combinar com os russos.
4.
Ciro foi o bronco de sempre.
E ainda vai se prestar ao papel da noiva abandonada no altar que engole o choro e topa ser a amante.
5.
O Troféu Abacaxi vai para Marina, que largou bem e depois foi ladeira abaixo.
Pena.
Teria sido (sem trocadilho) uma alternativa.
6. O melhor desempenho foi o do João Amoêdo. Num partido novo (com trocadilho), sem verba pública e sem poder participar dos debates na televisão, conseguiu superar Meirelles (MDB) e Álvaro Dias (Podemos), e encostar em Marina (Rede).
Em 2022 (toc toc toc), tudo vai ser diferente.
7.
Cabo Daciolo foi a revelação (divina), e a nação repreendida sentirá falta do alívio cômico que ele proporcionou nesta novela de suspenses, traições, facadas e notícias falsas.#gloriaadeuxxx
8.
Por fim, esta foi uma eleição que ignorou (à exceção de um) todos os ex-presidentes vivos (ou mortos-vivos).
Ninguém deu a menor pelota para Sarney, Collor, FHC, Dilma ou Temer (que já é ex-presidente há algum tempo, e não sabe).
Se isso é bom ou ruim, não faço ideia. Só é um consolo imaginar que daqui a quatro anos talvez olhemos para trás e vejamos que este apocalipse de domingo que vem não foi o fim do mundo.
Bom fim de semana, boa eleição e “alea jacta est” (“agora Inês é morta”, em latim).
Teias de ódio
Cora Rónai. Como sempre.
O trabalho do PSDB
“Que o PT quebrou o país para ganhar a eleição nós já sabíamos. A delação de Palocci revela que a trama criminosa para a perpetuação do partido no poder é muito pior do que se pensava. Eles não têm limites. É nosso dever trabalhar para impedir que voltem ao poder”.
Alckmin, no Twitter.
Vamos ver qual será o trabalho do PSDB no 2o turno para “impedir que voltem ao poder”.
Autocrítica
“A autocrítica do PSDB é muito importante e constrói possibilidade de diálogo depois das eleições”.
Esta frase é do inefável Fernando Haddad. E a autocrítica do PSDB a que ele se refere foi feita pelo não menos inefável Tasso Jereissati.
E o que disse Jereissati? Disse que o PSDB “sabotou” o governo Dilma, votando contra o ajuste fiscal que o partido sempre defendeu.
Então, ficamos assim:
1) O PT sabotou o governo FHC tanto quanto pôde. Mas isto não merece uma autocrítica do partido, porque votar contra o ajuste fiscal sempre foi o programa do PT.
2) Quando o PSDB votou na linha que o PT adotou desde sempre, foi acusado de “sabotar” o governo do próprio PT.
3) O presidente do PSDB concorda com essa “leitura”. Acha que o partido deveria apoiar o governo do PT na agenda da responsabilidade fiscal, mesmo que o próprio PT não o apoiasse.
O PT tem duas narrativas, que usa conforme suas conveniências. A primeira é que a crise começou com a tentativa de Joaquim Levy de fazer um ajuste fiscal. A segunda é que a crise começou com a sabotagem da oposição, que impediu o governo Dilma de fazer um ajuste fiscal. Jereissati concorda com essa segunda narrativa.
Claro que a possibilidade de diálogo a que Haddad se refere existirá se, e somente se, o PT voltar ao poder. Neste caso, o partido gostaria de ter o PSDB a seu lado para fazer o “trabalho sujo” do ajuste fiscal. Poderia, assim, ter os tucanos como sócios da maldade.
Se o PSDB ganhar as eleições, essa “possibilidade de diálogo” obviamente desaparece. O PT na oposição será o de sempre: votará contra os interesses do país, pensando nas próximas eleições.
No PT, não tem essa boiolice de “autocrítica”.
A tática óbvia
Claro, cada um joga com as armas que têm. Então, não há que condenar a propaganda do PT, que dá o mesmo destaque para o candidato e para o presidiário. Se este é o super-trunfo que o partido tem na mão, tem mais é que usar mesmo.
O problema está nas campanhas adversárias.
Dilma é o grande passivo do PT. Um desastre inventado por Lula. O paralelo é óbvio.
Dilma saiu com mais de 70% de reprovação. Pior, só o Temer. Que também foi invenção do Lula.
O problema é que uma narrativa não se faz da noite para o dia. É preciso ser perseverante e martelar a ideia dia e noite. Não adianta chegar na véspera da eleição e dizer que Dilma foi um desastre. Teria sido preciso amaldiçoar a “herança maldita” todo dia. O governo Temer tentou fazer isso com alguns anúncios no jornal, mas obviamente não era o ator ideal, dado que fez parte daquele desgoverno. Quem tinha que ter feito isso era, obviamente, o PSDB. Que estava muito ocupado em disputas intestinas para ver quem seria o candidato a presidente, e não tinha tempo nem foco para esses detalhes.
Não é que agora não funcione. Apenas que a eficácia é muito menor. Claro, se a tática óbvia finalmente for adotada, coisa que até o momento não aconteceu, preocupado que o PSDB está em desconstruir Bolsonaro.
A candidatura Haddad só está sendo levada a sério porque os adversários são ruins de doer.