A divisão da nação

Em 1861, os Estados do Sul declararam guerra aos Estados do Norte. Os Estados Unidos entravam, assim, em um período de 4 anos de uma guerra civil que deixou cerca de 700 mil mortos. Atualizando para a população de hoje, seriam 5 milhões. CINCO MILHÕES DE MORTOS.

Não consigo pensar em nada mais divisor do que uma guerra civil. E os Estados Unidos são o que são. Não apesar da guerra, mas POR CAUSA da guerra. Não fosse a vontade férrea de Abraham Lincoln, até hoje considerado o maior presidente da história dos EUA, o país não passaria hoje de uma série de republiquetas. A divisão não tem nada a ver com o desenvolvimento dos países. Todos os países desenvolvidos têm divisões internas fortes e que levam, muitas vezes, à paralisia do governo. O que há, no entanto, é a convicção de que não há solução fora da democracia. Lembrando Churchill, a democracia é o pior de todos os sistemas de governo, com exceção de todos os outros.

Países com pensamento único são totalitários. Países democráticos resolvem seus impasses no voto, com um judiciário independente e uma imprensa livre.

A ascensão de Bolsonaro foi a resposta dada pelo povo brasileiro à apropriação do Estado brasileiro pelo PT, sob o olhar complacente dos tucanos. Se hoje Bolsonaro e PT polarizam as eleições, é porque o auto-denominado “centro democrático” não deu as respostas corretas no tempo correto. A tentativa de aglutinar forças a duas semanas das eleições soa patética.

Uma candidatura é uma construção com base na realidade. E a realidade é que o “centro democrático” representa pouca gente hoje. Por culpa exclusiva daqueles que hoje clamam por uma “união do País”.