“Crony capitalism” ou “capitalismo de laços” ou “capitalismo de compadrio” como é normalmente traduzida essa expressão no Brasil, refere-se à prática de empresários e políticos arranjarem acordos mutuamente benéficos, às custas de quem está fora desses acordos, normalmente os contribuintes ou a concorrência (geralmente ambos).
Em abril último, escrevi sobre esse acordo entre a Shein e a Coteminas, empresa controlada por Josué Gomes, empresário próximo do PT. Depois desse acordo, as alíquotas de importação das brusinhas chinesas voltaram ao normal. Agora, mais detalhes “picantes” desse acordo vieram à tona, inclusive um empréstimo (conversível em ações) de R$ 100 milhões para a empresa brasileira. Isso, e o fato de a empresa chinesa precisar passar pela Coteminas para fazer parcerias com fábricas locais, são, no dizer da reportagem, práticas incomuns.
A China é a própria definição de crony capitalism, pois tudo lá passa por conexões com o governo. Por isso, deve ter parecido natural, para a Shein, o pedágio que teve que pagar para fazer negócios no Brasil.