Bom para todos

Segundo a pesquisa origem-destino, feita pelo metrô de São Paulo e publicada hoje no Estadão, o número de viagens em carros de aluguel (táxi e aplicativos) aumentou mais de 5 vezes entre 2007 e 2017 na cidade: de 90,7 mil/dia em 2007 para 475,3 mil/dia em 2017.O mais notável, no entanto, foi o que aconteceu com os táxis: em 2007, eram 90,7 mil viagens/dia (assumindo que em 2007 não havia aplicativos). Em 2017, o número de viagens de táxi aumentou para 112,9 mil/dia. Um crescimento de 24,5% no período. Considerando que a população cresceu 11,9% nesses 10 anos, tivemos um crescimento no uso de táxis da ordem de 11,3% ajustado pelo aumento da população.

Ou seja, mesmo com o advento dos aplicativos, o uso de táxis aumentou nos últimos 10 anos. Por que? Simples: o uso dos aplicativos criou o seu próprio mercado, levando de arrasto o mercado de táxis. Em outras palavras, os táxis se beneficiaram dos “restos” do novo mercado de aplicativos.

Claramente tínhamos aqui um problema de falta de oferta. A demanda estava lá, adormecida. Quando a oferta de transporte por aplicativos começou, a demanda “despertou” e atraiu para esse mercado pessoas que nunca ou raramente andavam de táxi. Lembre-se, esse tipo de viagem aumentou mais de cinco vezes nos últimos 10 anos. Uma verdadeira revolução.

Isso é o que acontece com toda revolução tecnológica vitoriosa. Apesar de, em um primeiro momento, ameaçar os empregos existentes, cria novos e insuspeitados mercados que mais do que compensam os empregos originalmente perdidos. Não fosse assim, a humanidade retrocederia a cada avanço tecnológico, e não é o que observamos. Justo o contrário. A humanidade nunca atingiu em sua história o nível de riqueza e bem-estar que desfruta hoje graças, em boa parte, aos avanços tecnológicos.

É muito justo o receio da perda de empregos que se segue à adoção de novas tecnologias. Mas tenhamos em mente que o aumento da produtividade é benéfica para o conjunto da humanidade, o que mais do que compensa ameaças de curto prazo a certos setores. É o que a adoção dos aplicativos demonstrou.

Liberal de araque

O Uber disponibiliza as opções “Select” e “Black” para quem quer um carro um pouco melhor. Segundo a Prefeitura, quem não pode pagar por este conforto adicional fica sem o serviço.

Para a Prefeitura, carro acima de 5 anos é pouco seguro e não adequado para prestar serviço de transporte. Seguro e adequado deve ser ônibus e trem, únicas alternativas para quem não pode pagar uma tarifa adicional.

Doria, você é um liberal de araque.

O capitalismo é lindo

Saída do Pacaembú, onde fui assistir ao jogo do Santos ontem. Peço um Uber para voltar para casa. Chega o motorista e, para nossa surpresa, está com a camisa do time.

– Estava assistindo ao jogo. Resolvi pegar uma corrida mais ou menos na direção de casa.

O capitalismo é lindo.

Decepção

Doria no Roda Viva.

De maneira geral, muito bom, escapou bem das cascas de banana.

O único senão foi a resposta com relação ao Uber. “Precisa ter igualdade de condições com os táxis”. Ou seja, vai se tornar um serviço mais caro. Decepção.

Lista dos deputados que votaram contra o Uber

Para ler e guardar para 2018: lista dos deputados de São Paulo que votaram pelo fim do Uber e assemelhados.

Marcelo Aguiar – DEM

Orlando Silva – PcdoB

Paulo Freire – PR

Tiririca – PR

Antônio Bulhões – PRB

Celso Russomano – PRB

Roberto Alves – PRB

Sérgio Reis – PRB

Vinícius Carvalho – PRB

Goulart – PSD

Herculano Passos – PSD

João Paulo Papa – PSDB

Mara Gabrilli – PSDB (abstenção)

Vitor Lippi – PSDB

Ivan Valente – PSOL

Luiza Erundina – PSOL

Ana Perugini – PT

Andres Sanchez – PT

Arlindo Chinaglia – PT

Carlos Zarattini – PT

José Mentor – PT

Nilto Tatto – PT

Paulo Teixeira – PT

Valmir Prascidelli – PT

Vicente Cândido – PT

Vicentinho – PT

Arnaldo Faria de Sá – PTB

Dr. Sinval Malheiros – PTN

Renata Abreu – PTN

Major Olímpio – SD

Paulo Pereira da Silva – SD

Deputado precário

“Ele (o Uber) usa pessoas desempregadas sem proteção social e faz precarização do trabalho”.

Deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), direto do seu gabinete refrigerado em Brasília, ganhando R$33 mil/mês + regalias, afirmando que é melhor um pai de família permanecer desempregado do que ter um trabalho precário.