Bando de sem-vergonhas

“I never thought we could find ourselves in this situation. We’re not used to living like indigents,” Ms. García said, her eyes welling. “But Venezuela is destroyed. People are dying of hunger.”

Enquanto intelectuais, artistas e políticos ficam com esse mimimi de apoio a um corrupto condenado, fingem não ver o resultado, na Venezuela, das políticas que defendem. Bando de sem-vergonhas!

Referência circular

O PT, único partido que se preocupa com os pobres do Brasil, apoia o regime de Chavez e Maduro.

O regime de Chavez e Maduro torna a vida dos pobres da Venezuela um inferno.

Os pobres da Venezuela fogem para o Brasil.

O governo neoliberal e fascista de São Paulo desaloja os pobres do Brasil para abrigar os pobres da Venezuela, fugidos do regime de Chávez e Maduro, apoiado pelo PT, o único partido que se preocupa com os pobres do Brasil.

O preço de um calote

Levaremos ao menos uma geração para pagar a conta deixada pelos governos do PT.

Por Felippe Hermes

Sobre o calote da Venezuela anunciado hoje.

Entre 2009 e 2014 o governo brasileiro emprestou R$ 55 bilhões de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador para que empresas brasileiras pudessem fazer obras no exterior. Cerca de R$ 72 em cada R$ 100 deste valor foi destinado a uma empresa: Odebrecht.

Em maio de 2014, o presidente do banco foi ao congresso explicar que o Brasil não estava ‘emprestando dinheiro para outros países’, mas sim para empresas.

Em outubro do mesmo ano, já nas eleições, um documento vazado do próprio BNDES (vazado pois todos os contratos e dados do banco sobre estas obras eram sigilosos) afirmava o seguinte sobre a obra do Porto de Mariel em Cuba:

O banco brasileiro emprestaria o dinheiro em um prazo de 25 anos, contra os 10 anos usuais em contratos do tipo.

O empréstimo seria feito em pesos cubanos

A garantia do empréstimo seria a receita do governo local com exportação de tabaco.

O governo negou irregularidades e o próprio relatório.

Hoje, já no segundo calote em poucos meses (além do de Moçambique no valor de R$ 700 milhões), soubemos que quem pagará a conta será o Fundo Garantidor de Exportações.

Em outras palavras: o governo tirou dinheiro do trabalhador, emprestou a taxas 3 vezes menor do que a inflação média (o que por si só causou R$ 11 bilhões em prejuízo), emprestou para os países, a Odebrecht lucrou com as obras e agora os trabalhadores pagarão o calote.

Ao final, o BNDES reportará em seu balanço a operação com lucro, afinal, recebeu o valor, e pagará aos seus empregados um bônus por “participação em resultados”.

No meio deste caminho, 3 ex-presidentes latino americanos e nada menos do que 15 ministros já foram presos ou indiciados por ligações com estas obras.

Enquanto isso, Dilma decide por qual estado disputará uma vaga no senado.

Idade do Bronze

Quando a economia deixa de funcionar e o dinheiro não vale mais nada, só resta a economia de subsistência e o escambo. A Venezuela está retrocedendo celeremente para a Idade do Bronze.

O verdadeiro socialismo

Os editoriais do Valor costumam mandar bem. Suas análises costumam não brigar com a realidade e normalmente são comandadas pelo bom senso. Mas é nos pequenos detalheis que se revela a alma de um jornal.

O editorial de hoje desce a lenha (mais uma vez) no governo de Maduro. Seu foco são os refugiados. Vai bem como sempre, até a última linha, quando escorrega e cai de bunda suja no chão.

Segundo o editorialista, o problema não é o sistema socialista. Esse regime do Maduro não soube implementar o socialismo. Só faltou completar: como Chávez soube fazer. Inclusive, em outro ponto do editorial, chama Maduro de “incompetente”. Ou seja, não é que o socialismo seja um sistema disfuncional. É que faltou a Maduro a competência para implementa-lo direito.

O Valor repete a cantilena que nossos filhos escutam nas aulas de História e Sociologia: nunca existiu um país comunista. Aquilo que foi implementado não é o verdadeiro comunismo.

Os regimes socialistas costumam dizer aos seus cidadãos que estão “construindo” uma sociedade socialista. Como as condições de vida só pioram, a promessa de uma vida melhor está sempre no futuro, quando, aí sim, o paraíso de leite e mel comunista será alcançado. Até lá, a luta exige que você obedeça a carteirinha de racionamento, ok?

Que nossos filhos, que não precisam ganhar o dinheiro de sua sobrevivência, caiam nessa, é até compreensível. Que o editorialista do Valor venha com essa história, é de chorar.

Fórmula para resolver o problema da imigração venezuelana

Tem uma solução relativamente simples para o drama da imigração venezuelana para o Brasil.

Um venezuelano somente poderia entrar se houvesse um voluntário brasileiro que topasse migrar para a Venezuela.

Não faltariam voluntários, principalmente entre aqueles fãs da revolução bolivariana e que sentem saudades do governo Dilma, que estava nos levando celeremente para uma crise a lá Venezuela.

A julgar pelo desfile da Paraíso do Tuiuti, só na Sapucaí dava pra salvar algumas centenas de venezuelanos.

Nas mãos erradas

Um brasileiro está preso no DOPS venezuelano.

O apoio do PT ao regime de Maduro é só mais uma evidência de que intelectuais e militantes petistas condenavam o DOPS brasileiro não porque se tratasse de algo desumano, mas porque estava nas mãos erradas.

Taxonomia da esquerda brasileira

Pequeno guia para classificar um esquerdista quando o assunto é Venezuela.

Grupo 1: esquerda democrática. Exemplos: Roberto Freire, Eduardo Jorge, FHC. Repudiam veementemente, sem colocar um “mas” depois do repúdio.

Grupo 2: esquerda autoritária envergonhada. Exemplos: Marcelo Freixo, Jean Willys. Repudiam, colocando um “mas” depois do repúdio. “Mas a direita também é golpista”, “mas o Temer”, “mas as oligarquias”, mas, mas, mas. Querem o socialismo do século XXI, mas os métodos ferem a sua sensibilidade.

Grupo 3: esquerda autoritária desavergonhada. Exemplos: a maioria, seria exaustivo listar. Apoiam sem restrições. Afinal, o socialismo é do século XXI, mas ainda não inventaram nada melhor que os métodos do século XX para implementá-lo.

Grupo 4: esquerda pra inglês ver. Exemplo: Lula. Não abriu a boca, que não é besta.