A confiança nas mídias

A pesquisa CNT/MDA, além da corrida eleitoral, trás um levantamento interessante sobre a confiabilidade dos diversos meios de comunicação.

A pergunta foi a seguinte: “qual o seu grau de confiança nas informações via…” e então citava 5 meios diferentes: telejornais, portais de notícias (tipo UOL), jornais impressos, blogs de notícias e mensagens de aplicativos (tipo WhatsApp). A resposta poderia ser uma das seguintes: confia sempre / confia na maioria das vezes / confia poucas vezes / não confia / não usa o meio de comunicação.

Somei as respostas “não confia” com “confia pouco” de cada um dos meios, normalizando pelo número de pessoas que efetivamente usam aquele meio. Ou seja, dos que usam, quantos não confiam. O resultado vai no gráfico abaixo.

Três coisas me chamaram a atenção:

1) o grau de desconfiança generalizado em relação às informações divulgadas, seja qual for o meio. Os meios editoriais levam ligeira vantagem mas, mesmo assim, contam com a desconfiança de 2/3 dos seus usuários.

2) a vantagem, mesmo que seja na margem, dos meios editoriais sobre os não editoriais. “Sair no jornal” ainda funciona como um selo de qualidade da informação para uma parte da população. Essa parte não é grande, mas existe.

3) apenas 1/4 dos leitores de mensagem de WhatsApp confiam naquilo que recebem.

Acho que os ministros do TSE fariam bem em observar essa pesquisa, para deixarem de tratar o brasileiro como menor de idade que precisa ser tutelado, senão engole qualquer coisa que lhe mandam. Talvez deixassem de perder tempo com teorias conspiratórias.

Boa sorte, magistrados!

O TSE determinou que “disparo em massa de mensagens contendo desinformação e inverdades” constitui abuso de poder econômico. De onde se conclui que 1) disparo de mensagens contendo informação e verdades, ou 2) a disseminação de desinformação e inverdades por outros meios que não o disparo de mensagens em massa, estão liberados.

Essa diretriz do TSE vem em reposta à “denúncia” feita pela Folha na reta final da campanha de 2018, de que empresários estariam por trás do disparo de mensagens de WhatsApp em favor do então candidato Bolsonaro. A decisão do TSE é um monumento ao contorcionismo, ao afirmar que “isso aí” que vocês fizeram não pode, mas não dá pra afirmar que “isso aí” tenha tido, de fato, influência nas eleições. Tanto foi assim, que os partidos agora estão atrás do TSE para entender o que pode e o que não pode fazer.

É natural que os partidos estejam perdidos. Abuso de poder econômico sempre foi o coronel comprar votos com lanches, transporte de eleitores ou ameaça de punição. Propaganda nunca foi abuso de poder. O TSE fez uma nova tese, em que certos tipos de propaganda configuram abuso de poder econômico.

Por que mesmo disparo de mensagens no WhatsApp configuraria abuso? Eu canso de receber mensagens de corretores de imóveis via WhatsApp. Recebo também mensagens de telemarketing e malas-diretas em casa. Por fim, ao abrir o jornal ou ligar o rádio e a TV, ouço e vejo anúncios que foram “disparados em massa”. Afinal, propaganda é, por definição, comunicação em massa. Por que um poderia e o outro não? É o que os partidos querem saber.

Para piorar a situação, o TSE entra no pantanoso campo do conteúdo. O disparo em massa não pode conter “desinformação e inverdades”. Quer dizer, de agora em diante, o TSE vai se tornar uma agência de “fact checking”, julgando se o que é dito sobre os candidatos é verdade ou mentira. Por exemplo, em 2014, teriam que julgar se a propaganda do PT, acusando a então candidata Marina Silva de querer tirar a comida da mesa do brasileiro ao defender a independência do BC, era uma desinformação. Boa sorte, magistrados!

Tudo isso reflete apenas o inconformismo pelo fato de Bolsonaro ter vencido as eleições de 2018 gastando uma fração do dinheiro usado pelos seus adversários no pleito. As “armas” eram as mesmas para todos, mas o que se viu foi que Bolsonaro, além das armas, tinha uma militância não paga que fez a diferença. O resto é teoria da conspiração.

A única mensagem inequívoca do julgamento do TSE, e que não tem nada a ver com “disparos em massa”, foi a cassação do deputado Fernando Fransischini por divulgação de vídeo denunciando uma suposta fraude da urna eletrônica. Fraude foi o vídeo em si, o que foi punido com a cassação. Essa foi a única parte do julgamento que prestou para alguma coisa.

O clique é soberano

Há alguns dias, ficamos sabendo que o Departamento de Justiça dos EUA estaria preparando uma ação antitruste contra o Google, que seria forçado a vender o seu navegador Chrome. Lembrei-me de outra aplicação famosa da lei antitruste.

Em 1984, a então gigante e quase monopolista AT&T foi obrigada a se desmembrar em 7 companhias regionais, as chamadas “Baby Bells”, em homenagem ao fundador da AT&T, Alexander Graham Bell, o inventor do telefone.

Esta lembrança só reforça a minha percepção de que esta lei foi feita para uma economia que está, aos poucos, perdendo relevância. Dividir a AT&T fazia todo sentido: afinal, oferecer infraestrutura telefônica envolvia investimentos massivos em capital e localização geográfica, fazendo com que a barreira de entrada fosse não só gigantesca, mas, em alguns casos, impossível de ultrapassar. Basta lembrar que a AT&T também controlava a Western Electric, a maior fabricante de equipamentos de telefonia do país. Então, não havia por onde entrar, dado que a companhia era, ao mesmo tempo, a maior vendedora e a maior compradora de infraestrutura de telecomunicações. Vale lembrar que as 7 companhias são hoje 3. A lógica econômica acaba falando mais alto.

O que temos no caso do Google? Um software. Não há barreiras físicas. O mercado está aberto para qualquer empresa que queira encarar os investimentos necessários para fazer um bom motor de buscas ou um bom navegador. Quem manda é o clique do usuário.

O interessante é que o Google desenvolveu o Chrome do zero e conquistou o mercado do então dominante Explorer, da Microsoft. Quando o Chrome foi criado, em 2008, a Microsoft estava sob supervisão antitruste desde 1998 por parte do governo norte-americano, pois o Windows trazia como navegador-padrão o Explorer. Esta ação antitruste acusava a gigante do software de monopolizar a indústria de navegadores, prejudicando concorrentes menores, notadamente o Netscape. Como se o usuário não pudesse trocar o seu navegador com um clique, como atualmente o faz para mudar do Edge (o novo navegador da Microsoft) para o Chrome. Aliás, até hoje o Windows traz o navegador da Microsoft como default, mas é o Google que está sendo acusado de monopolista. A ação antitruste contra a Microsoft terminou em 2013, pois perdeu o sentido.

Essa discussão toda chama-me a atenção para outro ponto que tem causado o furor dos defensores da concorrência com base nos parâmetros do século XX: a compra, pelo Facebook, do Instagram e do WhatsApp. Seria uma forma nada sutil de acabar com a concorrência em nichos nascentes. Interessante que o Google construiu o Chrome do zero, mas é acusado da mesma forma, o que me leva a concluir que dá na mesma comprar concorrentes ou desenvolver soluções do zero.

Alguns dirão que comprar concorrentes elimina uma concorrência futura indesejável. Quem disse? Quem pode afirmar que aquelas empresas nascentes seriam concorrentes de peso se o Facebook resolvesse desenvolver suas próprias soluções internas? Quem disse que as decisões empresariais de Instagram e WhatsApp lhes garantiriam o sucesso que têm hoje, e não a lata do lixo da história reservada a milhares de empresas que tentaram ser o “próximo Facebook”? Sinceramente, acho mais provável que Instagram e WhatsApp sejam o que são hoje justamente porque foram comprados pelo Facebook.

Enfim, tudo isso me parece uma discussão paleozoica, em um mundo onde o usuário tem total domínio e liberdade sobre o serviço que quer usar ou deixar de usar. Ações antitruste são inócuas em um mundo onde o clique é soberano.

A campanha do WhatsApp

Ontem participei de um happy hour especial, em que reencontrei velhos amigos para comemorar 30 anos de formatura na Poli. Alguns eu não via há 30 anos, desde que nos formamos!

Mas não é sobre velhas lembranças que quero falar. É sobre novas tecnologias.

Já havia participado de encontros anteriores com minha turma. Sempre meia dúzia de gatos pingados. Ontem, havia mais de 30 pessoas, fora outros tantos que não vieram, mas que estavam no grupo do WhatsApp formado para este encontro.

WhatsApp. Esta foi a tecnologia que permitiu o sucesso desse encontro.

Em determinado momento durante o encontro, alguém perguntou quem havia organizado. A resposta foi “ninguém”. As pessoas foram trocando ideias, em determinado momento bateu-se o martelo no lugar, alguém reservou e pronto! O encontro aconteceu.

De fato, aquele grupo havia sido iniciado por dois colegas, que inicialmente agregaram seus próprios contatos. A partir daí, o grupo cresceu com a adição de novos contatos a partir dos contatos iniciais, até atingir quase 80% da turma. Sem uma organização central.

Ao contrário do Facebook, em que o Zucka decide o que eu vejo ou não, no WhatsApp o usuário é pleno senhor de sua timeline. Ele escolhe de quais grupos quer participar e a formação dos grupos se dá de maneira orgânica. Grupos formados “de cima para baixo”, com uma organização central, simplesmente não funcionam.

O WhatsApp foi uma arma essencial nessas eleições. Bolsonaro conseguiu tamanho sucesso usando essa tecnologia, que pôde ultrapassar as evidentes limitações de sua campanha: quase zero de tempo de TV, de estrutura partidária, de fundo partidário. Bolsonaro tinha o que os outros candidatos dariam o dedinho da mão para ter: uma militância aguerrida, disposta a fazer propaganda de sua candidatura. Se alguém duvida da existência dessa militância, é porque não foi nas manifestações pró-impeachment em 2015/2016.

Mas não adianta ter militância se não houver os meios. Antigamente, essa militância teria que passar em comitês e pegar materiais de campanha (folhetos, santinhos) para distribuir. Seria claramente insuficiente. O WhatsApp permitiu fazer campanha sem sair de casa e de modo muito mais rico, com o auxílio de vídeos, impossíveis de serem distribuídos em semáforos.

Veja, o WhatsApp não dispensa a existência de comitês. Ainda é necessário que uma organização central produza os materiais que serão distribuídos. Mas a distribuição em si é feita através desses grupos formados organicamente, de pessoas dispostas a fazer campanha. Não estou aqui dizendo que não possa haver spams. Mas a eficácia dessas mensagens não desejadas é infinitamente menor do que aquela que vem de alguém conhecido em um grupo formado voluntariamente.

– Ah, mas o start do processo se dá através de uma fonte não confiável. Depois que essa mensagem é repassada pela primeira vez, passa a circular nos grupos de maneira confiável.

O que é uma fonte “confiável”? Ainda mais em uma campanha eleitoral? Parece-me óbvio que as pessoas sabem que aquele material que estão repassando não foi “criado” pela “minha tia”. Alguém deve ter criado inicialmente, todo mundo sabe disso. Além disso, parece-me também que ninguém é idiota o suficiente para acreditar em uma mensagem só porque foi a tia que mandou. “Nossa, aqui tá dizendo que a terra é plana. Como foi minha tia que mandou, deve ser verdade”. As pessoas acreditam no que querem acreditar. Mensagens que reforçam seus argumentos e preconceitos são dignas de credibilidade, mensagens que vão na direção contrária são descartadas, mesmo vindo do papa.

A grande revolução do WhatsApp foi permitir alavancar uma ideia de maneira rápida e descentralizada. Já li alguns artigos sobre a influência das redes sociais em debates e a coisa é sempre centralizada no Facebook e Twitter, onde a timeline e os trend topics podem ser fortemente influenciados por robôs. Sem dúvida isso aconteceu também nessa eleição. No entanto, o que desequilibrou o jogo, no final do dia, foi a existência de uma militância disposta a fazer campanha, tanto a favor de Bolsonaro quanto contra o PT. O WhatsApp foi só o instrumento que permitiu a essa militância ter voz. Robôs podem ser criados por qualquer um. Militância, não.

A influência das ideias sobre as pessoas existe desde que Eva convenceu Adão a comer a maçã, influenciados pelas fake news da serpente. O WhatsApp é só mais uma tecnologia de difusão de ideias, um meio alternativo à mídia tradicional, que também difunde ideias. Talvez seja isso que incomode. Voltaremos a esse assunto.

Como funciona a máquina do WhatsApp

Post da página de Eden Wiedemann, alguém que aparentemente entende do riscado, não um chutador como eu.


Turminha, deixa o tio explicar umas coisas. Eu já trabalhei pro PT, algumas vezes, e contra o PT, algumas vezes. Sei como eles agem, pró e contra. Eu não voto no Bozo, mas jamais votaria no PT. Então vamos falar dessa tal denúncia de Caixa 2.

1. Se houver algum contrato de disparo de lado B assinado devem ir preso quem contratou e quem disparou, mas por burrice extrema. Quem faz esse tipo de serviço sabe que trata-se de crime eleitoral e faria de tudo pra não deixar registros.

2. O lado A de uma campanha digital a presidência custaria, bem pago, uns 8 milhões. Pra vocês terem uma ideia do que são 12 milhões nesse universo. 12 milhões de Reais daria pra gastar 2 milhões com produção de conteúdo (5x o valor necessário) e ainda disparar 1 bilhão de mensagens, ou seja, 5 para cada brasileiro. Não sei quanto a vocês, mas alguém recebeu 10, alguém ficou com as minhas.

3. Geralmente esse tipo de coisa é feita de números internacionais, mais difíceis de rastrear e mais fáceis de validar.

4. “Ah, mas eu recebi aqui de um número desconhecido, ele me manda há meses”. Meses? Semanas? Você está sendo vítima de seeding, gente que fica enviando mensagens no WhatsApp. Um número de disparo em massa é rapidamente bloqueado. Seeding não é crime, só é chato. Crime é quando alguém recebe pra fazer seeding e não aparece na declaração de contas do partido.

5. É bem complicado alegar que A ou B tem responsabilidade pelo que C ou D, sem vínculos oficiais com a campanha e sem ordens comprováveis, fizeram. Basta ver o caso do Piauí Gate onde “influencers” recebiam, dinheiro não declarado em campanha, para falar bem de candidatos ligados ao PT. Bastou esses candidatos dizerem que não sabiam de nada e não tinham autorizado pro assunto cair no esquecimento – mas está sendo investigado. Nesse ponto, mesmo que tenha acontecido – e não estou dizendo que não – é bem complicado provar e punir.

6. A matéria não apresentou uma única prova e fez suposições completamente erradas, como o custo do disparo. Nesse volume não custariam mais que 1 centavo, como já disse, e não 10 centavos, como disseram.

7. Tem que investigar mesmo se houve ou não e, se não, criticar severamente o jornalismo irresponsável. Houve? Dêem o Pulitzer a jornalista.

8. Não dá pra aplaudir Haddad dizendo que aconteceu Caixa 2 porque ele “leu em um jornal sério que aconteceu” quando ele mesmo, e o partido, são acusados de Caixa 2. Nem levar a sério alguém que diz que não existem provas contra Lula mas vê prova em matéria de jornal. Sejamos menos incoerentes e relativistas.

9. Ainda não consegui encontrar um único registro desses disparos para escrever um artigo. Apenas 5 pessoas disseram ter recebido (de minha rede), quatro delas são eleitores de Haddad, todos disseram ter apagado e não ter registro. Uma, que não vota em Haddad e nem em Bolsonaro, me mandou um print, mas completou com “faz semanas que recebo conteúdo desse número que não conheço”. Seeding? “Ah, mas eles disparavam pra grupos”, não, isso não é possível, não há base de dados de grupos e é impossível fazer spam pra eles sem fazer parte deles.

10. Eis que me refrescam a memória de que os disparos só iram acontecer semana que vem, oras, se não aconteceram de onde vem todo esse fake news que o PT alega estar o prejudicando? E se não aconteceu o crime como houve Caixa 2? E porque estão acusando empresários de um crime que não cometeram ainda? Não faz muito sentido, faz? Faz, não precisam do crime ou do fato em si, só do factoide para explorarem.

11. E, pra fechar, quem defende a democracia não pode defender tapetão. Vocês são melhores que “o fim justifica os meios”, né? Querendo ou não Bolsonaro está no segundo turno porque a população quer, se não houver de fato provas de que essa acusação é real não tem a menor coerência tentar impedir ou atrapalhar a eleição. Vamos acompanhar, se a coisa for seria a Folha deve publicar provas. Tenho todo interesse no caso.

A campanha pelo WhatsApp

Tirei (eu, pessoalmente, não recebi de ninguém) esta foto hoje pela manhã.

É a tela do celular de um colega de trabalho, que foi adicionado à revelia em um grupo de apoio ao Haddad.

Ele, assim como vários outros que foram adicionados da mesma forma a este grupo, saíram. Vários, como ele me mostrou, saíram xingando, batendo a porta.

Três conclusões:

1) De fato, existem ações no WhatsApp para distribuir material de campanha. Esta é uma delas, agregar pessoas a grupos de interesse. Se colar, colou. Outra, que consigo imaginar mas nunca vi nem conheço pessoas que viram, é receber diretamente materiais de campanha de um número estranho, não cadastrado. Uma terceira, é receber coisas de amigos e repassar. Esta terceira, sinceramente, considero legítimo. Não vou desenvolver meu raciocínio aqui, pois vou elaborar mais em um post dedicado a este assunto.

2) A pessoa pode simplesmente sair do grupo. Questiono muito a efetividade desse tipo de ação. Se a pessoa não aderiu voluntariamente a um grupo, a chance de repassar materiais parece-me muito reduzida.

3) Last but not least, o spam veio da campanha do PT. Mas aqui o dinheiro pra financiar deve ter sido limpinho…

Conto do WhatsApp

Era uma vez um país onde todo mundo achava o PT um partido bacana. Era um tempo em que todos eram felizes.

Daí, uma onda gigante de notícias falsas veiculadas pelo Whatsapp enfeitiçou as pessoas durante a campanha eleitoral e criou um grande sentimento anti-PT.

Por isso, o PT perdeu a eleição, e todos viveram tristes para sempre.

Fim.

A indigência do jornalismo brasileiro

Este é o fim da reportagem do Valor sobre o uso do Whatsapp para a disseminação de fake news.

A reportagem descreve as regras restritivas adotadas pela empresa (limitação de encaminhamento de mensagens e de tamanho dos grupos), e diz que essas regras são globais. Ou seja, aparentemente, aquela ideia de que “números estrangeiros” estariam sendo usados para burlar as limitações locais são lenda urbana.

O repórter, no entanto, não ficou satisfeito. Em um trabalho “investigativo”, deu Google em “disparador de Whatsapp” e “bancos de dados número de celular” e encontrou milhares de resultados. A conclusão do indigitado foi a de que “a divulgação em massa não é uma tarefa muito complexa”.

Bem, eu também fiz minha investigação. Digitei “ganhar dinheiro sem esforço” no Google e obtive milhares de páginas, inclusive com tutoriais. De onde concluí que ganhar dinheiro sem esforço “não é uma tarefa muito complexa”.

PS.: este post NAO É uma negação da existência de fake news no WhatsApp distribuídos de maneira massiva. É apenas um lamento sobre a indigência do jornalismo brasileiro.