A guerra de narrativas somente começou. Ela está aí e ficará conosco durante muitos anos. Afinal, o isolamento social funcionou para salvar vidas ou foi uma bomba na economia inócua para salvar vidas?
A forma correta de resolver a questão é, daqui a uns dois ou três anos, fazer pesquisa rigorosa e publicar artigos acadêmicos em revistas de prestígio. Esses artigos procurariam medir o caminho da epidemia vis a vis as iniciativas de cada governo, medindo a eficácia de cada conduta e os efeitos duradouros na atividade econômica, baseado em sólidos e consagrados modelos econométricos.
A forma feicebuquiana de resolver a questão é pegar no ar fatos avulsos e anedóticos para fincar pé em conclusões tiradas a priori, de acordo com convicções pre-estabelecidas. Tal país fez isso e deu certo. Tal país fez aquilo, e deu errado. Olha, são tantas variáveis envolvidas, tantos fatores que influenciam o resultado final, que é quase pretensioso achar que se tem a resposta direta e pronta para tudo no meio da tormenta.
Prefiro a primeira forma. Por isso, vou procurar me abster, daqui em diante, de usar exemplos soltos para tentar propor ou contrapor teses. Vou assumir minha ignorância sobre o assunto. Não sei se vou conseguir, mas vou tentar.