Meus dois dedos sobre a polêmica do Santander.
O banco decidiu patrocinar uma mostra de arte (com o seu, o meu, o nosso dinheiro da Lei Rouanet, mas vou relevar este fato). Ao perceber que a reação de parte da sociedade, incluindo clientes atuais e potenciais, não foi das melhores, resolveu despatrocinar a mostra.
Não vou aqui entrar no mérito da exposição em si, se faz apologia disso ou daquilo, se aquilo é arte ou não, se crianças deveriam ou não visitar etc etc etc. O meu ponto é mais prosaico: uma empresa tem ou não o direito de fazer o que bem entender com o seu próprio dinheiro (no caso, o nosso, mas prometi não entrar nesse mérito)?
Como toda grande empresa, o Santander preza muito a sua imagem diante do público. Ao perceber que se encontrava no olho da revolta popular nas redes sociais, resolveu pular fora. Simples assim.
Pode-se, isso sim, questionar a reação das pessoas, que acabaram pressionando o Santander a tomar essa atitude. Ora, a pressão da opinião pública é um direito sagrado nas democracias. Quem fosse a favor da continuidade da exposição, que fizesse pressão contrária, e o Santander, avaliando as duas pressões, tomaria a decisão que melhor lhe conviesse. Como, afinal, o fez.
É a segunda vez que o Santander cede à pressão. Na primeira, demitiu uma economista que “ousou” dizer que a bolsa iria subir se a Dilma perdesse a eleição. Naquela ocasião, a pressão foi do Lula e do PT. Eu, particularmente, acho mais democrática a pressão da opinião pública do que do governo de plantão.