Quando a intolerância é virtude

São cada vez mais comuns análises sobre a crescente “intolerância política” no país. São análises que tomam como pressuposto de que há um embate de ideias entre dois campos legítimos. Sendo assim, essa suposta intolerância estaria na contramão da civilização, que supõe o respeito pelo outro.

Nada mais falso. O verdadeiro combate não é de ideias, mas moral. Duvido que alguém, no Brasil, se disporia a xingar outra pessoa na rua por ser marxista ou neoliberal ou desenvolvimentista.

Mas sim, há um acirramento dos ânimos quando um dos lados defende ladrões, que roubam sobretudo dos mais pobres, em nome de uma ideologia. E, quando são acusados, defendem a “tolerância com a opinião alheia”. Compreende-se que alguém perca as estribeiras quando, ao simplesmente defender a honestidade, é acusado de “não gostar de pobre”.

Uma sociedade civilizada é feita de tolerância para com ideias diferentes e intolerância para com o crime. A intolerância, neste caso, é virtude, por mais que analistas chapa-branca preguem o oposto.

Questão de transparência

Lewandowski abriu a sua reunião com Cunha aos jornalistas. Muito bem.

O excelentíssimo presidente do STF poderia adotar o mesmo procedimento em reuniões com Rodrigo Janot, Renan Calheiros, José Eduardo Cardozo ou mesmo com Dilma Rousseff em Portugal.

Grande serviço prestado ao país

Quem ainda tem estômago para ler as “análises” dos auto-declarados “economistas (sic) desenvolvimentistas”, vai perceber que a tática é jogar nas costas do Levy o desastre que foi o ano de 2015. E não vai adiantar nada o ano de 2016 ser pior ainda, pois a “herança maldita” do Levy terá sido muito pesada, e o coitado do Barbosa precisa trabalhar ainda muito pra reverter a situação, e bla, bla, bla. Como disse um desses “economistas”, o Levy mostrou como teria sido horroroso um mandato de Aecio Neves.

Parabéns, Levy. Sua passagem pelo Ministério da Fazenda só serviu pra isso: álibi perfeito e eterno para o discurso cínico da petezada. Obrigado Levy, pelo grande serviço prestado ao país.

O ano do outsider

As eleições de 2018 serão bem diferentes das últimas 6, em que houve a polarização entre PT e PSDB, com a presença de uma terceira força, e um bando de nanicos. Em 2018, vários pesos-pesados da política disputarão, por partidos diversos. Só do PSDB teremos 4 candidatos: Alckmin, Aécio, Serra e agora Álvaro Dias, cada um por um partido. E ainda teremos o candidato do PMDB, que não apresenta candidato desde 1994, com Quércia.

Isso vai acontecer porque o país chegará em frangalhos em 2018, sem uma força política dominante, papel exercido pelo PT nas últimas 3 eleições. Exatamente como em 1990, o ano em que um outsider de um partido teórico venceu.

Sem limites

Belluzo, em entrevista ao Valor de hoje (sim, depois de tudo, veículos da grande imprensa ainda dão voz aos Belluzos, Pochmanns e Bressers), põe a culpa da crise no programa econômico “dos adversários” implementado pelo Levy.

Se a culpa é “dos adversários” com o PT no poder, imagine se o Aecio tivesse ganho as eleições…

A cara de pau dessa gente não tem limites.