O que aconteceu com o leilão da cessão onerosa?

O leilão da cessão onerosa deu água. Somente a Petrobras ofereceu lance em duas áreas, com uma participação de 10% dos chineses, que não costumam ter, digamos, disciplina de capital. As outras duas áreas sequer tiveram lances.

O que aconteceu?

Quando uma empresa analisa um investimento, ela faz uma avaliação do retorno potencial vis a vis o risco do empreendimento. O que aconteceu foi que, na visão das empresas que não participaram do leilão, o retorno não compensava o risco. E isso em uma área com petróleo já provado, sem risco de prospecção.

Somente a Petrobras deu lance. Das duas uma: ou a Petro tinha informações que foram sonegadas aos outros players, ou decidiu assumir mais riscos no empreendimento. Inclusive, colocando em dúvida sua trajetória de redução de dívida.

O fato é que o leilão foi mal precificado pelo governo. O lance mínimo mostrou-se muito alto, dados os riscos percebidos pelos potenciais compradores. Gastaram muito tempo discutindo a divisão de recursos que, ao fim e ao cabo, não existiam. O dinheiro que entrará é menor do que o imaginado e sairá do “outro bolso” do governo: o balanço da Petrobras.

E fica sempre a pergunta no ar: fosse a Petrobras uma empresa privada, faria os lances que fez?

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