Todas essas manobras no Congresso para melar a Lava-Jato, as chicanas de Lula e seus advogados, a “corrente de solidariedade” aos presos da Lava-Jato por parte de jornalistas “isentos” contra a “espetacularização” da justiça, enfim, todo esse movimento, me fez lembrar de uma cena que presenciei quando adolescente.
Estava eu no centro da cidade, quando me deparo com uma figura carimbada desses lugares: o “ilusionista dos três copinhos e uma bolinha”. O truque é velho: o golpista esconde uma bolinha debaixo de um dos três copinhos, mistura os copinhos rapidamente, e desafia alguém a encontrá-la, apostando algum dinheiro. Há sempre um comparsa, que aposta e ganha, ou que aposta e perde em uma ocasião em que ficou óbvio onde estava a bolinha. A ideia sempre é incentivar os incautos a apostarem.
Pois bem, estava eu observando o golpista, quando um sujeito resolveu arriscar, e apostou. Perdeu, como é óbvio. Mas percebeu o truque do golpista, que trocou a bolinha de lugar na última hora. Sim, porque o golpe está em diminuir a chance de ganhar de 33% para zero. O golpista aproveita alguma distração, muitas vezes causada pelo comparsa, para trocar a bolinha de lugar.
Pois o sujeito não desistiu. Apostou novamente, e dessa vez um bom dinheiro. Só que não ficou passivo. Assim que o golpista parou de mexer os copinhos, o apostador colocou a mão sobre o copinho onde estava a bolinha, segurando-a com firmeza.
Isto não estava na regra do jogo! O golpista não poderia agora mudar a bolinha de lugar! O que fez então? Segurou a mão do apostador, ambos segurando firmemente o copinho onde estava bolinha. Começaram então a discutir cada vez com mais violência, até que o golpista conseguiu derrubar a mesa, melando o jogo.
A PF descobriu o copinho com a bolinha, que os procuradores da Lava-Jato estão segurando com uma firmeza admirável. Cabe à sociedade não permitir que o mundo político e as viúvas de Lula derrubem a mesa.