Desilusão com a justiça

No México é um “esquerdista”. No Brasil é um “direitista”. O ponto em comum entre Lopez Obrador e Bolsonaro é o discurso anticorrupção. E o principal fator de atração de votos é a desilusão com a Justiça.

No andar de cima, a impunidade é consequência do “garantismo judicial”.

No andar de baixo, a impunidade é consequência da “política de direitos humanos”.

No meio, uma Justiça em que seus operadores estão mais preocupados com suas benesses do que em fazer justiça.

Temos assim o ciclo da impunidade, que une bandidos ricos e pobres contra a sociedade.

Não por outro motivo, a candidatura de Bolsonaro se apoia no combate à corrupção dos ricos e à violência dos “vagabundos” (modo politicamente incorreto com que o candidato se refere aos bandidos).

Ao que tudo indica, Lopez Obrador será vitorioso neste domingo. Vamos ver o que acontecerá em outubro no Brasil.

Ideia genial

As editoras estão acusando a Amazon de dumping, que significa usar seu poder econômico para vender abaixo do preço de custo para ganhar o mercado e se tornar, ao final, uma monopolista.

Bem, no início de cada ano faço uma cotação entre as livrarias on line para comprar os livros indicados pelas escolas das crianças. A Amazon nem sempre oferece os melhores preços, e é com dor no coração que compro alguns livros em outras livrarias, pois sei que a entrega da Amazon seria muito mais rápida.

O que acontece é que a Amazon tem uma operação melhor, e repassa esse ganho de produtividade para os seus preços. A ameaça da Amazon é global, trata-se de uma tecnologia disruptiva muito bem implementada.

Essa lei do “preço único” me faz lembrar a “Lei da Equalização de Oportunidades”, ideia de um escritor frustrado no livro Atlas Schrugged, de Ayn Rand. Segundo essa lei, não mais do que 10 mil cópias de um único livro poderiam ser vendidas. Assim, supostamente, escritores menos populares teriam sua chance, pois os consumidores teriam que comprar seus livros se quisessem ler algo.

Claro, trata-se de uma caricatura, mas que ilustra bem o conceito: a proteção do incompetente em detrimento do consumidor final. Na “Lei do Preço Único”, o consumidor será obrigado a pagar mais caro pelos livros, a fim de sustentar os custos do setor. E isso em um país que precisa desesperadamente de mais leitores. Ideia genial.

Não é difícil de entender

Em debate no Valor, Haddad criticou o teto de gastos e afirmou que precisará ser revisto, mesmo que isso desagrade o mercado. “O mercado não está pilotando o Estado”, concluiu.

Sim Haddad, o mercado está SIM pilotando o Estado. Quando a dívida chega a 80% do PIB e o Tesouro é obrigado a recomprar títulos de longo prazo para controlar as taxas de juros, significa que os financiadores desse Estado mastodôntico tomaram sim o leme.

Eliminar o teto só vai jogar ainda mais o Estado nas mãos do mercado financeiro, pelo simples fato de que a dívida vai aumentar ainda mais. A única forma de diminuir o peso do mercado nas decisões do governo é diminuindo a dívida. E, para isso, o limite de gastos é fundamental. Não parece tão difícil de entender, não é?

Uma hipótese remota

Imagine (só por um momento, só por hipótese ok?) um 2o turno entre Bolsonaro e Fernando Haddad.

Agora imagine toda a galera do Estado Democrático de Direito, combinada com toda a turma do Centro Democrático, e com o apoio de todas as Forças Vivas da Sociedade, apoiando Haddad, o candidato cute-cute de Lula, contra o brucutu que vai destruir a Democracia no Brasil.

Claro, é só uma hipótese remota.