Nestas últimas semanas estou me sentindo como o matemático John Nash, que foi muito bem retratado no longa “Mente Brilhante”.
(Atenção! Spoiler!)
Nash, ganhador do Prêmio Nobel de Economia por sua Teoria dos Jogos, sofria de esquizofrenia. Ele convivia com personagens criados por sua imaginação que, de tão reais, chegam a confundir o próprio expectador.
Uma dessas personagens é uma garotinha de seus 10 anos de idade, que o trata como um tio carinhoso. No clímax do filme, quando Nash encontra-se dividido entre a realidade e suas alucinações, ele nota que a garotinha não envelheceu, mesmo depois de anos de convivência. Esta é a chave que o convence de que aquele universo paralelo é falso.
Lembrei desse filme porque a quantidade de narrativas vem se acumulando exponencialmente nas ultimas semanas. Temer é o chefe da quadrilha? E Lula? Gilmar Mendes é bandido, ou quer manter a governabilidade? E Rodrigo Janot, está querendo derrubar Temer em conluio com a Globo? A Lava-Jato está extrapolando suas atribuições, ou todas as críticas não passam de cortina de fumaça? Quem tem razão? Quem não tem? Onde está a realidade e onde está a alucinação?
No meio disso tudo, parece-me que existe um, e somente um, elemento que pode fazer o papel da garotinha que não envelhece, aquela que nos ajudará a distinguir a realidade da alucinação: o juiz Sérgio Moro.
Moro não tem agenda política. Moro julga de acordo com as provas nos autos dos processos. Moro não dá declarações para a imprensa. Moro é um estudioso dos crimes do colarinho branco, aqueles em que as digitais dos bandidos são sutis.
Não é à toa que todos se pelam de medo de ir para Curitiba. Lá, as narrativas não colam. Lá, o que vale são as provas. Lá, distingue-se realidade de alucinação.