Temer vai mandar MP ressuscitando o imposto sindical.
Gilmar Mendes vai virar o seu voto, e penas de prisão somente poderão ser executadas após o julgamento em última instância.
O Brasil é uma eterna pegadinha do malandro.
Apenas um repositório de ideias aleatórias
Temer vai mandar MP ressuscitando o imposto sindical.
Gilmar Mendes vai virar o seu voto, e penas de prisão somente poderão ser executadas após o julgamento em última instância.
O Brasil é uma eterna pegadinha do malandro.
Pequeno guia para classificar um esquerdista quando o assunto é Venezuela.
Grupo 1: esquerda democrática. Exemplos: Roberto Freire, Eduardo Jorge, FHC. Repudiam veementemente, sem colocar um “mas” depois do repúdio.
Grupo 2: esquerda autoritária envergonhada. Exemplos: Marcelo Freixo, Jean Willys. Repudiam, colocando um “mas” depois do repúdio. “Mas a direita também é golpista”, “mas o Temer”, “mas as oligarquias”, mas, mas, mas. Querem o socialismo do século XXI, mas os métodos ferem a sua sensibilidade.
Grupo 3: esquerda autoritária desavergonhada. Exemplos: a maioria, seria exaustivo listar. Apoiam sem restrições. Afinal, o socialismo é do século XXI, mas ainda não inventaram nada melhor que os métodos do século XX para implementá-lo.
Grupo 4: esquerda pra inglês ver. Exemplo: Lula. Não abriu a boca, que não é besta.
Muito se tem falado sobre o silêncio das ruas. Por que os mesmos que bateram panelas e invadiram as ruas para a Dilma e o PT estão recolhidos ao calor de seus lares quando se trata de protestar contra a corrupção do atual governo?Todo mundo está dando palpite, então vou dar o meu também.
Na verdade, acho que a pergunta está errada. O que se deve perguntar é porque raios a classe média saiu às ruas e bateu panelas em 2015/16.
Desde que me conheço por gente, as únicas manifestações de rua da classe média haviam sido as diretas-já em 1984, a campanha pelo impeachment do Collor em 1992 e as passeatas de 2013, exigindo “padrão-FIFA” do Estado brasileiro. Mas nada se compara ao que aconteceu em 2015/16, em duração e tamanho.
Então, a regra é que a classe média fica em casa. Portanto, os últimos meses foram a regra, não a exceção. E por que a exceção de 2015/16?
Em primeiro lugar, o protesto contra a corrupção está longe de explicar o que aconteceu. Não faltaram corruptos notórios na história do Brasil, e que não mereceram passeatas multitudinárias. Minha hipótese é a seguinte: as manifestações ocorreram porque a corrupção foi encabeçada pelo PT.
FHC, em artigo de hoje no Estadão, relembra que Brizola dizia que Lula era a “UDN de macacão”. UDN era a sigla da União Democrática Nacional, partido que se destacava por ter um programa liberal, e apontar a corrupção do sistema político, principalmente sob Getúlio Vargas. A esquerda, sempre que quer desmoralizar um adversário que aponta seus defeitos, chama a crítica de “moralismo udenista”.
Pois bem. O PT cresceu criticando as estruturas carcomidas do estado brasileiro pela corrupção. Por isso, a observação de Brizola. E mais: quem não era PT e não apoiava a pauta “progressista”, era intrinsecamente corrupto, segundo o PT. Se você não é esquerda, você é ganancioso. Se você não vota no PT, você faz parte da elite insensível. Se você não é “progressista”, você não gosta de pobre.
O PT sempre se colocou como “O BEM”. Até hoje. Mesmo depois de tudo, o PT não sai do seu pedestal, apontando o dedo para todos que não rezam pela sua cartilha.
Minha hipótese, então, é a seguinte: a classe média saiu às ruas para derrubar um governo que se colocou acima do bem e do mal. Temer (assim como Maluf, Quércia, Ademar de Barros, e tantos e tantos outros) pode ser corrupto até o fundo da alma, mas não se coloca como a encarnação do BEM, contra o qual só pode haver o MAL.
Para sair às ruas, é preciso ter raiva. “Angry men” saem as ruas. Minha hipótese é que ninguém fica realmente bravo com a corrupção. Fica chocado, fica sem esperança, fica desconsolado. Mas bravo mesmo, fica quando alguém te acusa de ser do mal só porque não concorda com as políticas populistas de um governo. Um governo corrupto não divide um país. O PT dividiu o país. Então, o outro lado saiu às ruas. Esta é a minha hipótese.
Qual será o efeito?
Se a demanda for inelástica ao preço, nada. Ou seja, o mesmo número de homens e mulheres continuarão indo à balada. Mas essa hipótese não é muito provável, porque senão, os preços poderiam ser aumentados indefinidamente.
Se a demanda for elástica ao preço, há três alternativas: 1) o preço do ingresso masculino cai para igualar o feminino. 2) o preço do ingresso feminino sobe para igualar ao masculino ou 3) um mix das duas anteriores.
A alternativa 3 seria a mais óbvia se considerarmos demanda inelástica, pois manteria o mesmo faturamento da balada. Mas, ao aumentar o preço das mulheres, menos mulheres comparecerão, e ao abaixar o preço dos homens, mais homens comparecerão. Assim, o mix homens/mulheres obtido com a combinação anterior se alterará e, provavelmente, diminuirá o interesse pela balada, diminuindo o número de pessoas interessadas.
Para tentar manter o faturamento, a balada precisará, portanto, aumentar o preço de ambos os ingressos, até que se atinja um ponto de equilíbrio, se é que existe. Então, esta lei pode ter duas consequências não desejadas: 1) aumento generalizado do preço das baladas ou 2) fechamento de baladas, por não conseguir atingir um ponto de equilíbrio com o novo arranjo.
A conferir.
PT e PSOL soltaram notas em apoio a Maduro. Nos dois casos, a palavra “democracia” é usada, afirmando-se, de um modo ou de outro, que o regime de Maduro é democrático.
Parece uma insanidade, mas não é. Trata-se apenas de um outro conceito de democracia.
Estamos acostumados, desde as Revoluções Francesa e Americana (e mesmo antes, com o sistema inglês), a considerar como democracia um regime de representação parlamentar: as ideias são discutidas e votadas em um parlamento eleito pelo povo. Estas ideias são executadas por um corpo burocrático estável, e supervisionadas por uma justiça independente. Além disso, há imprensa livre para criticar e apontar os defeitos do governo. Isto é o que conhecemos por “democracia”. Por isso, a primeira coisa que qualquer regime autoritário faz é cassar o parlamento, aparelhar a justiça e fechar os jornais.
Para os partidos da chamada “esquerda revolucionária”, democracia não é isso. Estes são valores burgueses, o parlamento é controlado pelo capital, o povo não tem vez. A verdadeira democracia (o “poder do povo”) só tem lugar quando o povo toma o poder. E o que significa “o povo tomar o poder”? Simples: o povo toma o poder quando um partido de esquerda revolucionária chega ao poder!
Uma vez chegando ao poder, o partido de esquerda revolucionária começa a desmantelar as “instituições burguesas”. Instituições como Congresso, Justiça, Imprensa, ou são aparelhados, ou são simplesmente substituídos. Outras instâncias de decisão são estabelecidas à margem das eleições: conselhos comunitários, congressos disso e daquilo, movimentos sociais. Todas expressões da “vontade do povo”, mas que, na prática, são dominadas pela estrutura do partido de esquerda revolucionária.
O povo, assim representado, finalmente chega ao poder. Sem intermediários. Porque o Partido é o Povo, e o Povo é o Partido. Qualquer oposição ao Partido é considerada oposição ao Povo. Portanto, um atentado à democracia.
Por isso, não acuse o PT de ser incoerente ao se dizer democrático e, ao mesmo tempo, defender o regime de Maduro. Eles têm outro conceito do que seja democracia.