A conta sempre chega

Aviso aos que estão indignados com o preço da energia elétrica: ano que vem vai subir mais!

Editorial de hoje no Valor Econômico disseca a origem do rombo na conta da energia, e que ainda deverão ser cobertos por alguém (adivinha quem).

São quase R$60 bilhões de rombo, a saber:

  • Tarifa social e uso de termelétricas construídas no racionamento de 2001: R$6bi
  • Custos com o atraso na implantação do gasoduto Coari-Manaus: R$2bi
  • Repactuação do risco hidrológico (efeito das secas dos últimos anos): R$15bi
  • Déficit na arrecadação das bandeiras tarifárias (as bandeiras não têm sido suficientes para bancar as termoelétricas): R$5bi
  • Passivo da Amazonas Energia, subsidiária da Eletrobrás (anos acumulados de prejuízos): R$20bi
  • Passivos das distribuidoras já privatizadas: R$11bi

Além disso, tem coisas que não estão na conta acima:

  • Investimentos adicionais para acabar Angra 3: R$17bi
  • Indenizações reclamadas pelas transmissoras de energia, tungadas pela MP579, aquela da Dilma: R$55bi.

Segundo o editorial, se todos esses passivos fossem incluídos na conta de luz, o aumento seria da ordem de 50%!

Obviamente isso é inviável do ponto de vista político. São anos de desmandos populistas, e não dá para pagar essa conta toda de uma vez. Mas terá que ser paga um dia, por alguém. Hoje, quem carrega grande parte dessa conta são as empresas (geradoras, transmissoras e distribuidoras), que carregam em seus balanços esses rombos. A tarifa aumenta para ressarcir as empresas.

Existem basicamente 3 soluções para o imbróglio:

  1. A conta do consumidor fica mais cara
  2. A conta vai para as empresas que, no limite, param de investir e agravam o problema de oferta de energia no futuro
  3. O governo emite dívida ou aumenta a carga tributária para pagar a conta. Nesse caso, o consumidor vai pagar de qualquer jeito, via impostos e juros mais altos.

Lembre-se: sempre que você ouvir um candidato dizendo que tem soluções fáceis e indolores para os problemas, saiba que um dia a conta chega. Sempre chega.

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