Os médicos cubanos que querem ficar no Brasil reclamam que o governo não lhes dá “garantia de trabalho”.
Amigos cubanos, bem-vindos ao mundo capitalista, onde o governo não dá garantia de trabalho a ninguém. Que o digam os 12 milhões de desempregados brasileiros!
Os médicos cubanos estão enfrentando um dilema típico da liberdade que tanto reclamam: suas decisões implicam riscos e um deles, no caso, é o de ficar desempregado por um tempo. É o mesmo risco assumido por qualquer indivíduo no Brasil, ou em qualquer outro país capitalista, que resolve mudar de emprego ou empreender. Em Cuba não há este risco, mas também não há esta liberdade de escolha.
Com todo respeito, o Ministério da Saúde tem mais o que fazer do que garantir emprego a médicos cubanos. Se o edital que convoca médicos brasileiros não for suficiente, então médicos estrangeiros serão convocados. E os cubanos entrarão na fila, como quaisquer outros. Se este for um risco muito grande, sempre há a alternativa de voltar a Cuba, com tudo o que isso implica em termos profissionais e pessoais. Trata-se de um cálculo de risco/retorno a que estão acostumados todas pessoas que vivem em sociedades capitalistas.
A julgar pelo fluxo de imigrantes da ilha dos irmãos Castro, a maioria decide pelo risco do mundo capitalista. Pois onde não existe risco, também não existe retorno.