Quem vai pendurar o guizo no pescoço do gato da censura

Ninguém se torna um bilionário em poucos anos sendo um idiota. Zuckerberg definitivamente não é um idiota.

Com o Facebook no olho do furacão da guerra contra “conteúdos violentos” e “discursos de ódio”, Zucka manda a bola para o campo adversário e pede “regras claras” do que pode e do que não pode ser publicado. Pede “regulação de conteúdo”.

Zuckerberg sabe que está pedindo o impossível, em uma sociedade onde a “liberdade de expressão” é cláusula pétrea. Ardilosamente, joga no colo dos reguladores a tarefa de definir a fronteira entre politicamente correto e liberdade de expressão.

O desabamento das torres gêmeas em 11/09/2001 deu início a uma ofensiva sem precedentes do governo americano contra prerrogativas de privacidade do cidadão americano em nome da segurança nacional. Não demorou para que começasse um movimento de proteção dessas prerrogativas, colocando o governo em uma posição delicada entre segurança e privacidade. A fronteira ainda hoje é objeto de debate.

Os governos querem que o Facebook censure conteúdos impróprios. O que Zuckerberg está dizendo é que terá o maior prazer em fazê-lo, desde que não seja ele quem defina o que seja “conteúdo impróprio”. Bola no campo dos governos.

A voz dos “especialistas” e o ranço estatista

Aí você vai ler a reportagem, e a “especialista” é professora da FAU-USP, que diz platitudes do tipo “é preciso investigar a fundo as necessidades de mobilidade da grande metrópole” ou “é preciso uma política para ampliar o transporte de massa”.

Segundo o responsável pela PPI, entrevistado na reportagem, hoje a Zona Azul perde 50% da receita por problemas de fiscalização. A reportagem não diz, mas é fácil concluir: se aumentar a fiscalização, potencialmente diminuirá o número de carros estacionados nas ruas de São Paulo, pois afastará aqueles que não pagam.

Mas trata-se, claro, de um raciocínio muito sofisticado para a “especialista” ou para a “jornalista”, que não passam de militantes da causa estatista: tudo o que não está nas mãos do Estado é “projeto de planilha Excel” (expressão citada pela “especialista”), que só tem olhos para o “lucro”.

Enquanto sonham com um mundo utópico onde todos são felizes se movimentando de teletransporte, que se exploda o cidadão, que precisa de serviços mais eficientes, e a prefeitura, que abre mão de arrecadação por ineficiência.