Uma característica óbvia dos presidentes que conseguem se reeleger ou conseguem eleger seu sucessor é a sua popularidade. Resolvi dar uma olhada na popularidade dos presidentes, sondada pelos institutos de pesquisa de opinião, no mês de cada eleição. O gráfico está aí abaixo (resultado da média das sondagens), medindo a diferença entre “Ótimo/bom” e “Ruim/Péssimo”.
Podemos observar que todos os que tiveram sucesso tinham popularidade no campo positivo no mês da eleição (opinião favorável maior do que opinião desfavorável). O resultado mais apertado foi o da reeleição da Dilma. Coincidência ou não, foi a presidente que chegou no mês da eleição com a pior avaliação dentre aqueles presidentes que obtiveram sucesso.
Bem, hoje Bolsonaro tem o mesmo nível de popularidade de Dilma no final do seu 1o mandato. Se a regra fosse seguida e a eleição fosse hoje, o presidente poderia se reeleger, mas sua vitória seria apertada.
No entanto, a eleição é apenas daqui a dois anos. Como se encontrava a popularidade dos presidentes dois anos antes das eleições? Seria este um indicador confiável? Também elaborei um gráfico com esta informação.
Por incrível que pareça, não muda quase nada. A popularidade sobe, desce, mas quase sempre o número de dois anos antes dá o mesmo sinal do número no mês da eleição. A única possível exceção foi o primeiro mandato de Dilma, que tinha uma grande popularidade dois anos antes das eleições, e chegou na data com popularidade bem apertada. De qualquer maneira, confirmou o sinal dado dois anos antes (Dilma se reelegeu).
Se a regra de todas as eleições desde a redemocratização for seguida, Bolsonaro se reelege em 2022. Mas faltam ainda dois longos anos.