Não é segredo para ninguém que o ritmo de vacinação está muito lento. Hoje estamos vacinando cerca de 450 mil pessoas/dia com a 1a dose e 220 mil pessoas/dia com a 2a dose. Neste ritmo, terminaremos de vacinar 100% dos adultos (acima de 18 anos) com a 1a dose somente em fevereiro de 2022 e, com a 2a dose, 3 meses depois, considerando que as vacinas preponderantes serão as da Astra Zeneca e da Pfizer. Com relação a esta última, a fabricante sugere 3 semanas entre a 1a e a 2a doses, mas, aparentemente, o governo vai dar 3 meses de distanciamento entre as doses.
No entanto, esta projeção tem uma limitação: considera o ritmo ATUAL de vacinação. Vou assumir, para todos os efeitos, que o ritmo de vacinação depende do estoque de vacinas, e não da capacidade de inocular as doses. Ou seja, se tivéssemos estoque suficiente, a velocidade seria bem maior, pois não há gargalo na aplicação das doses por parte dos municípios. Essa é uma premissa importante e, se não for verdadeira, o que vai a seguir não vale.
Rodei uma simulação considerando a aplicação diária de vacinas equivalente a 1,5% do estoque disponível de vacinas. O gráfico abaixo mostra esta razão (vacinação/estoque) até o momento. Podemos observar que 1,5% é o ponto mais baixo do gráfico. Aliás, é o ponto atual. Portanto, estamos sendo conservadores.
Para a simulação, considerei o calendário de entrega de vacinas divulgado pelo ministério da saúde (gráfico abaixo).
Pois bem, considerando 100% das entregas programadas, 100% da população adulta poderia receber a 1a dose da vacina até o dia 20/09/21. Considerando 75% das entregas programadas, esta data vai para 15/10/21. A 2a dose seria até 3 meses após essas datas.
Enfim, essa análise depende de várias premissas, que, espero, tenham ficado claras. De qualquer forma, a luz no fim do túnel pode estar mais próxima do que imaginamos.