O VAR não é justo

O comentarista esportivo Robson Morelli pergunta se “é justo” o Palmeiras ter sido eliminado da Copa do Brasil por um erro de arbitragem. No caso, por um erro dos árbitros do VAR.

Quem me lê há algum tempo sabe que sempre fui contra o uso do VAR. Eventualmente, um sensor na bola para indicar se ultrapassou a linha do gol poderia se justificar, e olhe lá. Meu racional é o seguinte: o VAR, além de tornar os bandeirinhas mais inúteis que cobradores de ônibus, traz uma falsa sensação de “justiça” que, de resto, nunca vai existir em um jogo jogado por seres humanos. O VAR veio para acabar com as polêmicas do futebol, e o que temos são polêmicas de outra ordem.

Alguns defendem que o VAR, pelo menos, elimina os erros mais “grosseiros”, aquelas injustiças graves e que passaram despercebidos pelo árbitro de campo. Ok, pode ser. Mas não é isso o que vemos. A unha mal feita do dedão do pé, captado pelas linhas de “paralaxe”, já é o suficiente para anular um gol que, aos olhos falhos de qualquer ser humano, seria perfeitamente legítimo. E, além disso, descobrimos, horrorizados, que o juiz do VAR também é um ser humano e, portanto, erra na sua interpretação.

Robson Morelli sugere “desligar os aparelhos”, no que concordo em gênero, número e grau. São inúteis. Só não concordo com sua conclusão. Sim, foi justa a eliminação do Palmeiras, em uma justiça que somente os boleiros entendem. O verdão teve 90 minutos para fazer o placar necessário, e depois teve os pênaltis para tentar consertar o que não fez no tempo regulamentar. Reduzir tudo a um só lance e afirmar que a eliminação foi toda “culpa do VAR”, é reduzir todo um jogo a um único lance. Isso sim, não é justo.

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