O rato que ruge

Nós não somos vira-latas. Temos profunda consciência de nossa importância para o mundo, e sabemos nos posicionar com o destaque que queremos e merecemos. Por isso, vamos voltar a pedir vistos dos estadunidenses. Acabou a festa de imigrantes ilegais dos EUA no Brasil.

Ironias à parte, Pedro Fernando Nery argumenta muito bem, em artigo de hoje, o non sense da medida.

A reciprocidade pela reciprocidade, ignorando outros aspectos da questão, dá a medida do viés desse governo. Os que defendem a medida minimizam os efeitos sobre o turismo, afirmando que não houve aumento de turistas com a medida. Esse argumento é equivalente ao dos que defendem a gratuidade das bagagens em voos, afirmando que os preços das passagens aéreas não diminuiu com a cobrança, ignorando que muitos outros fatores influenciam os preços das passagens. No caso dos vistos, Nery nota que a decisão do governo não se baseou em nenhum estudo demonstrando que a medida foi inócua. Como o período de teste foi muito curto, é improvável que haja estudos conclusivos a respeito, mas é de bom senso concluir que, em havendo uma barreira a menos para o turismo, a isenção, no mínimo, não atrapalha.

No filme “O Rato que Ruge”, da década de 50, um pequeno país declara guerra aos EUA, atacando com arcos e flechas. Trata-se, obviamente, de uma comédia. Ao exigir vistos duzamericanu, o Brasil ruge. Pena que não seja uma comédia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.