O livro Diplomacia, de Henry Kissinger, moldou minha forma de ver as relações internacionais. Em suas quase mil páginas, Kissinger analisa e faz uma crítica mordaz aos movimentos dos países ao longo de mais de um século, desde Bismarck até o fim da guerra fria. O eixo condutor é o antagonismo entre a teoria das “esferas de poder”, que era o modus operandi europeu e o “wilsonianismo”, nome que se refere ao presidente americano durante a 1a Guerra, Woodrow Wilson. A teoria das “esferas de poder” defende que os Estados se movem para conquistar e consolidar espaços de poder na esfera internacional, enquanto o “wilsonianismo” advoga uma atitude virtuosa dos países, em busca do bem comum. É o wilsonianismo que dá origem à Liga das Nações e, depois, à ONU. A inutilidade de ambas as instâncias dá uma pista de qual teoria Kissinger abraça com vigor. Recomendo fortemente sua leitura para entender melhor o mundo em que vivemos.
R.I.P.