A guerra anti-ocidente de Putin

Terminei de ler um livro que ganhei de presente de aniversário: “The Man Without a Face: The Unlikely Rise of Vladimir Putin”, da jornalista russa Masha Gessen.

A foto abaixo é da última página, um posfácio escrito após a primeira edição.

Ela começa se referindo a um discurso de Barack Obama na NATO, em março de 2014, após a invasão da Crimeia. Obama afirmara que não acreditava em uma nova guerra fria, porque Putin não liderava um grupo de nações e tampouco representava uma corrente ideológica.

Masha afirma que Obama estava enganado. Putin se achava liderando uma missão civilizacional contra o decadente Ocidente. Tratava-se sim de uma guerra também ideológica.

Agora, atenção: esse posfácio foi escrito em abril de 2014. Ela afirma que Putin iria ter ainda muitas vitórias e causar muitas baixas antes que os líderes ocidentais percebessem o risco da transformação de Putin de um burocrata em um líder de uma cruzada pelos valores anti-ocidentais. Premonitório.

Não é à toa que Putin, quando aparece em público, é para falar dos valores conservadores. É esta cola que dá a liga a tudo o que a Rússia vem fazendo. A Ucrânia foi invadida porque ameaçou entrar definitivamente na órbita ocidental. E não estamos falando somente da OTAN, mas da União Europeia. A questão é: qual a fronteira final dessa guerra?

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