O triste fim de um político

Abaixo, a votação de Geraldo Alckmin no estado de São Paulo desde que começou a concorrer em eleições majoritárias (quando há dois números, referem-se à votação no 1o e 2o turnos).

2002: 7,5 / 12,0 milhões

2006: 11,7 / 11,6 milhões

2010: 11,5 milhões

2014: 12,2 milhões

2018: 3,1 milhões

Alguns pensam que Alckmin abandonou o seu eleitorado ao aliar-se a Lula. Na verdade, foi o seu eleitorado que o abandonou em 2018. Bolsonaro conquistou 17,5 milhões de votos no estado no 1o turno, e Alckmin teve menos votos no seu estado que Haddad e Ciro Gomes.

Tendo sido abandonado pelo seu eleitor e pelo seu partido, Geraldo Alckmin agarrou-se à primeira boia que encontrou para manter-se em evidência no cenário político nacional. Era isso, ou era voltar a ser comentarista de medicina no programa do Ronnie Von.

Chico Anísio, com a sua Escolinha do Professor Raimundo, manteve em atividade comediantes em fim de carreira, dando-lhes espaço na TV e, ao mesmo tempo, fazendo um programa de sucesso ao gosto do público. Lula, a exemplo de Chico, mantém em atividade um político que, de outra forma, estaria neste momento amargando o ostracismo e, de quebra, faz um programa político ao gosto de certo público.

No entanto, os comediantes da Escolinha foram chamados a fazer o que sempre fizeram. O humor pode não ser para todos os gostos, mas não se pode acusá-los de trair a sua herança. Alckmin, ao contrário, assumiu um papel que não tem nada a ver com o seu passado. Seria como se um desses comediantes aceitasse participar de um filme pornô só para ter um emprego.

Geraldo Alckmin deu uma banana para o eleitorado que o abandonou e, ao invés de terminar a carreira de maneira digna, decidiu participar de um filme pornô. Triste fim de um político que já foi a esperança de muitos brasileiros.

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