Os verdadeiros direitos humanos

Esta é uma entrevista de hoje dada pelo diplomata José Augusto Lindgren-Alves, autor do livro “É preciso salvar os direitos humanos!”, recém lançado.

A tese do diplomata, resumida no trecho destacado abaixo, é de que a agenda dos direitos humanos foi sequestrada pela defesa identitária, conspurcando o próprio termo “direitos humanos” e tirando o seu foco. Por isso, seria preciso salvar o espírito dos Direitos Humanos, na melhor linha das democracias ocidentais.

Ainda que o conceito “direitos iguais para os diferentes” careça de uma definição do que “nos faz iguais” enquanto seres humanos, este diagnóstico da radicalização identitária vem em boa hora para aqueles que querem defender os verdadeiros direitos humanos.

O Brasil popular

Se você, assim como eu, nunca tinha ouvido falar do palhaço Rapadura, do cantor Joaquim, ou do hit Boate Azul, então lamento informar que você não reúne condições para analisar as eleições no Brasil-sil-sil.

Moção científica

A Sociedade Brasileira para o Progresso (!) da Ciência (!!!) aprovou moção em apoio à libertação de Lula (texto abaixo).

Deu pra entender porque o Brasil não tem nenhum Nobel em ciências?

Embuste

Não foi Moro que manteve Lula preso. Foi o TRF-4, ao confirmar a condenação, e o STJ e o STF, ao negarem habeas corpus.

Moro não trata Aécio e Temer de maneira dura ou mole. Moro não trata Aécio ou Temer de maneira alguma, pois os dois têm foro privilegiado.

Mas o PT, através de seu braço sindical, investe na mentira para manter sua narrativa, aproveitando-se do baixo nível de informação da população.

PS.: se a contribuição sindical estivesse sendo arrecadada, seria o seu dinheiro a financiar esse embuste.

Não adianta chorar depois

Derrubaram uma série de páginas no Facebook.

Ainda bem que a Internet é livre. O que significa dizer que qualquer um pode montar uma página (o registro do domínio custa R$40/ano e um bom serviço de hospedagem custa uns R$500/ano) e sair por aí divulgando suas ideias.

Ninguém depende exclusivamente do Facebook para se fazer ouvir na rede.

Ocorre que o Zucka conseguiu montar uma plataforma que centralizou o tráfego de ideias. Parte relevante das discussões sociais, políticas, econômicas, passam hoje pelo FB. Montar uma página solitária e tentar ser ouvido na rede é uma tarefa hercúlea. No entanto, como certa vez li em um blog especializado em blogs, se você quiser criar sua própria audiência sem ficar nas mãos de plataformas alheias, não use atalhos: faça sua própria página. É mais difícil, mas você fica dono do seu destino.

Montar uma página no Facebook significa colocar seu destino nas mãos do Zuckerberg. Os critérios dele dominam, não os seus. Ele vai colher as consequências de suas próprias decisões, porque a plataforma é dele.

Há algum tempo, defendi aqui mesmo o direito do Zucka usar os dados dos seus clientes. Afinal, o serviço é “de graça”, mas custa muito para ser mantido, e é preciso ser pago de alguma maneira. Concluí que a melhor forma de proteger os seus dados é não usar o FB, ou talvez usar uma versão paga, onde os dados estariam realmente protegidos.

Da mesma forma: não quer ter sua página derrubada de acordo com critérios obscuros? Monte sua própria página e siga em frente. O Facebook oferece uma plataforma muito mais prática? Então saiba que seu destino está nas mãos do Zucka. Não adianta chorar depois.

Muito interessante

Da página de André Perez Bolini:

Está tendo uma polêmica dentro do @NOVO 30 que merece destaque não pelo nome dos envolvidos, mas pelo modo que a situação está sendo conduzida.

Leandro Lyra foi eleito vereador no Rio de Janeiro em 2016 pelo NOVO, no primeiro pleito que o partido participou desde sua criação. Foi um dos mais votados. E quem vê seus discursos entende porquê: o cara é muito bom em termos técnicos, com formação acadêmica extremamente conceituada somada a uma boa oratória.

Mas o rapaz percebeu que pode ir além. De vereador, poderia se tornar deputado federal com o sucesso que está fazendo.

Mas, oras, pular de cargo em cargo, sem terminar o mandato e trair a confiança do eleitor que o elegeu para vereador – e não para qualquer outro cargo, ou tampouco deu voto para seu suplemente – seria a cara daquilo que buscamos combater no novo: a velha política.

Aqui é que está o pulo do gato na diferença do NOVO para os outros partidos: governança.

Em qualquer outro partido, o Diretório Estadual é dominado pela figura política mais forte do estado. Logo, as vontades do político tornam-se as vontades da regional partidária: um total conflito de interesses.

Mas, no NOVO, quem ocupa o Diretório não pode ocupar cargo político. A turma do diretório pensa na imagem do partido, e não no próprio plano de carreira político. Governança: tira-se poder do indivíduo que teria o maior incentivo para desvirtuar o poder. O Diretório, assim, passa a fiscalizar e cobrar os políticos do partido, zelando pelo interesse dos filiados. Laranjas podres existem em todo lugar. A questão é: como lidamos com elas?

Lyra me decepcionou. Imagino que tenha decepcionado também muitos de seus eleitores. Mas a regra do estatuto do partido é a regra, o Diretório é soberano e deve fiscalizar os políticos de sua regional.

Por isso, eu digo: o importante não é botar as pessoas certas no poder, mas construir instituições que gerem incentivos positivos até para as piores pessoas.

O NOVO vai se firmando como instituição. Ponto para o partido!

I rest my case

Em 2017, 61% das casas tinham acesso à Internet, segundo o Comitê Gestor da Internet.

Em 2016, 52% das casas tinham acesso a coleta de esgoto, segundo o Instituto Trata Brasil.

A Internet é um serviço que existe há 25 anos. A coleta de esgoto é um serviço que existe há séculos.

O acesso à Internet está nas mãos da iniciativa privada. A Internet é uma “mercadoria” e não existe previsão na Constituição do “direito à Internet”.

O acesso à coleta de esgoto está nas mãos do Estado. O saneamento básico não é uma “mercadoria” e a Constituição estabelece o “direito universal ao saneamento”.

I rest my case.

Lei da oferta e da demanda

Quando escrevi aqui sobre o tabelamento do frete, disse que era inóquo para os caminhoneiros, pois iriam acontecer duas coisas:

1) Os caminhoneiros iriam furar os olhos uns dos outros e

2) As empresas constituiriam frotas próprias, incorporando aos próprios balanços o lucro adicional dos caminhoneiros.

Não há força no Universo capaz de revogar a lei da oferta e da demanda.